Segundo a Polícia Federal (PF), constam no aparelho mensagens em que Cunha cita o presidente Michel Temer
© Rodolfo Buhrer / Reuters
POLÍTICA STF
Oministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou uma
nova perícia em um aparelho celular do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), dentro
de um inquérito da Lava Jato que tramita na primeira instância.
A diligência foi solicitada ao STF pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba,
que por sua vez autorizou a nova perícia no celular a pedido da defesa de Cunha. O
equipamento encontra-se na sede do Supremo, em Brasília, e será encaminhado a
Curitiba.Segundo a Polícia Federal (PF), constam no aparelho da marca Blackberry
mensagens em que Cunha cita o presidente Michel Temer. O diálogo, segundo
interpretação dos agentes da PF, trata do pagamento de propina pelo empresário Joesley
Batista, do Grupo J&F.
A PF já fez uma perícia no aparelho, cujo laudo encaminhou a Fachin. Segundo os agentes,
Cunha e o então deputado Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) conversaram, em 2012,
sobre o repasse de propina por Joesley Batista a políticos do MDB na Câmara.
De acordo com a PF, a certo ponto do diálogo, Cunha teria dito a Alves que a
distribuição de pagamentos combinada com Joesley não agradaria a Temer. “Isso vai
dar merda com o Michel”, escreveu Cunha, segundo o laudo da PF.
Entretanto, ao ser remetido à primeira instância, somente o laudo foi encaminhando
junto com os autos, motivo pelo qual a defesa de Cunha solicitou o envio das mídias
com os arquivos extraídos e do aparelho para nova perícia.
Neste inquérito da Lava Jato, Cunha é investigado por supostamente participar de um
esquema de desvio de recursos na contratação de navios-sonda pela Petrobras. O
ex-deputado nega qualquer participação. Atualmente, ele se encontra preso
preventivamente no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana
de Curitiba. Com informações da Agência Brasil.
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