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terça-feira, 12 de junho de 2018

Moro e Fernando Morais discutem em audiência sobre sítio de Atibaia

Jornalista foi ouvido como testemunha de defesa do ex-presidente Lula

Moro e Fernando Morais discutem em audiência sobre sítio de Atibaia
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 1 HORA POR FOLHAPRESS
POLÍTICA TROCA DE FARPAS
Troca de farpas e tom severo marcaram o depoimento do jornalista e escritor
Fernando Morais nesta segunda-feira (11) ao juiz Sergio Moro. Morais foi ouvido
 como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na ação
penal que envolve o sítio em Atibaia (SP). Autor de "Olga" e "Os Últimos Soldados da
 Guerra Fria", ele está escrevendo um livro sobre o petista.
O escritor contava que, a partir de
2011, passou a acompanhar o
ex-presidente em viagens que fazia
 ao exterior para realizar palestras.
 Foi então que relatou um encontro de
 Lula com o cantor Bono Vox, que
 teria comparado o petista a Nelson
Mandela.
Segundo Morais, o artista teria dito a
 jornalistas: "Depois da morte do
Mandela, só existe no mundo uma pessoa capaz de juntar ricos e pobres, pretos e brancos,
 gordos e magros, e essa pessoa se chama Luiz Inácio Lula da Silva".
Neste momento, Moro interveio. "Essa questão tem relevância para o caso por qual
 motivo, doutor?", perguntou ao advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin.
Zanin argumentou que a reputação do acusado é importante para o processo, dando início
 a uma discussão entre defesa e juízo. "Não sei se incomoda Vossa Excelência a questão da
 reputação", disse o advogado. "Só não acho que o processo deve ser utilizado para este
 tipo de propaganda", respondeu Moro, provocando uma reação indignada no escritor.
 "Propaganda!?"
Morais, em seguida, perguntou se poderia fazer uso da palavra. "Não, o senhor responde
as perguntas que forem feitas", cortou Moro. "Sim, senhor."
Zanin, então, questionou se o jornalista presenciou qualquer ato ilícito promovido pelo
ex-presidente. Morais negou e reafirmou que Lula nunca pediu que ele o deixasse a
sós com qualquer pessoa. O escritor também aproveitou para defender que exerce
 jornalismo, e não propaganda.
"O meritíssimo fez uso da palavra propaganda, que eu repudio. Não estou aqui fazendo
 propaganda. As viagens que eu fazia com o presidente só ia no avião que o transportava
 quando havia lugar sobrando. Quando não havia, minhas viagens eram pagas pela
 [editora] Companhia das Letras", afirmou. "Não iria jogar fora uma carreira
 de 50 anos para fazer propaganda de um presidente da República." Com informações
 da Folhapress.

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