Valter Campanato/Agência Brasil
Da Coluna de Carlos Brickmann
Caio Coppola, da rádio Jovem Pan, diz que Bolsonaro não devia se exibir como leão, no famoso vídeo – pois quem faz tudo para defender os filhotes não é o leão, mas a leoa. E dizer que os irmãos 000 não têm noção e só criam problemas para o pai é fácil, é óbvio – mas talvez seja errado. Digamos que Bolsonaro, que fundou o clã, que chegou a presidente, seja o chefe dos zeros à esquerda. Isso muda a perspectiva e o transforma em estrategista – um mau estrategista, mas não um idiota. Se fosse idiota não chegaria ao Planalto.
Nenhuma certeza é possível. Mas imaginemos que ideias como fechar o Supremo ou ameaçar com o Ato Institucional nº 5, de nefanda memória, não saiam da cabeça do embaixador que foi sem nunca ter sido; que ele seja o lançador de balões de ensaio, para que o pai, chefe do clã, veja a repercussão que alcançam. Nos dois casos, as ideias foram descartadas, depois que houve reação negativa a elas. Mas vá que de repente uma das sugestões autoritárias seja bem aceita? Bolsonaro teria o campo aberto para tentar implantá-la.
É terrível imaginar que um presidente da República democraticamente eleito planeje guinadas autoritárias e use seus filhos para testá-las. Mas não podemos esquecer que Bolsonaro já defendeu o Ato 5 (“só morreram uns 300”), sustenta que não houve ditadura e já disse que o grande erro dos generais-presidentes foi não ter matado muito mais gente. Se o pai dita o que o filho espalha, Bolsonaro mantém hoje as ideias de sempre. Tem lógica.
Madalena França Via Magno Martins
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