O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, se irritou hoje (1º) com uma pergunta sobre a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) em defesa de um novo Ato Institucional 5 (AI-5) no país. “Vou pedir para você me explicar como isso se relaciona com a questão da delegacia. Mas, enfim, isso foi ontem e o deputado já pediu desculpas, então assunto encerrado”, afirmou, durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde abril de 2018.
Não é a primeira vez que o ex-juiz Moro “absolve” alguém depois de um pedido de desculpas. Em novembro do ano passado, já indicado ministro do futuro governo, ele foi questionado sobre o fato de Onyx Lorenzoni, que seria o ministro da Casa Civil, ser réu confesso da prática de caixa 2. “Ele já admitiu e pediu desculpas”, respondeu.
Moro reuniu a imprensa para falar sobre inauguração da Delegacia de Investigação e Análise Financeira da Polícia Federal, que funcionará em Curitiba. Mas segundo reportagem de Vinicius Cordeiro e Francielly Azevedo no Portal Paraná, nenhuma das perguntas feitas pelos jornalistas teve a ver com o projeto. De acordo com os jornalistas, antes da questão sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro, Moro já tinha expressado descontentamento com os temas abordados. “A próxima pergunta tem de ser da delegacia. Chega de dar esse tipo de permissão, está um pouquinho demais”, afirmou.
O ministro também repercutiu sobre a solicitação que fez à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que fosse aberto inquérito para investigar asdeclarações do porteiro na investigação sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
A fala do funcionário foi base de uma reportagem da Rede Globo. O material mostra que Élcio Queiroz, apontado como o suspeito de dirigir o carro de onde saíram os disparos que mataram Marielle e Anderson, solicitou entrada no condomínio por volta das 17h e comunicou que iria para a residência do então deputado Jair Bolsonaro.
“A conclusão provisória é de que houve tentativa de obstrução e agora surgiu esse novo episódio. Como havia uma referência falsa ao nome do presidente, foi solicitado que os fatos fossem completamente apurados pela PF, sendo no caso competência da Justiça Federal”, disse. Também nesta sexta-feira, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, incomodada com suspeitas de parcialidade, pediu afastamento da ação penal.
O tema mais abordado por Moro, no entanto, foi a Operação Mácula, deflagrada hoje. A ação investiga uma empresa grega suspeita de operar o navio que pode ter causado o derramamento de óleo que atingiu mais de 250 praias na região Nordeste. “Fui informado sobre essa investigação. É extremamente complexa, fora dos padrões usuais da PF. Hoje foram deflagradas as operações a fim de buscar as confirmações das suspeitas já existentes.”
Do Blog da Cidadania
Postado por Madalena França
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