05/03/2015 15:32
O técnico quer diminuir a dependência da seleção no atacante Neymar, que está em alta no Barcelona
Por: Reuters
Mesmo feliz com o desempenho de Neymar no Barcelona, superando nomes como Romário e Maradona em gols marcados pelo clube catalão, o técnico Dunga quer diminuir a dependência da seleção brasileira no atacante e fortalecer o espírito coletivo na temporada de 2015, em que o Brasil jogará a Copa América e as eliminatórias para o Mundial da Rússia.
A chamada "Neymar dependência" ficou clara na Copa do Mundo do ano passado, em que o Brasil sofreu uma goleada histórica de 7 x 1 na semifinal contra a Alemanha após ter perdido o camisa 10 por uma contusão sofrida na partida anterior contra a Colômbia.
A nova ordem sob comando de Dunga, que substituiu Luiz Felipe Scolari depois do Mundial em casa para se tornar técnico da seleção pela segunda vez, é valorizar o talento diferenciado do atacante do Barcelona, mas priorizar o coletivo da equipe.
“Todas as vezes que fomos campeões do mundo tivemos coletivo forte, e então surgiram individualidades. Não esperávamos que a individualidade fosse resolver, e depois aparecia a individualidade", disse Dunga nesta quinta-feira, após anunciar a convocação da seleção para os primeiros amistosos de 2015, contra Chile e França, este mês.
Neymar em ação durante jogo contra a Colômbia. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF
O treinador destacou que todos os jogadores chamados para a seleção têm potencial e capacidade para brilhar pelo Brasil. Por isso, a proposta é cobrar atitude e empenho dos atletas, e não deixar que se acomodem sob o maior destaque de Neymar.
“O jogador tem que ter atitude e tomar decisões", afirmou o treinador.
A escolha do auxiliar pontual da seleção brasileira para os amistosos contra França e Chile explicam bem essa nova mentalidade. Dunga escolheu Jairzinho, que conseguiu se destacar no tricampeonato mundial do Brasil em 1970 mesmo jogando em um time que contava com a presença de Pelé, considerado o maior jogador de todos os tempos.
“Jairzinho foi altamente determinado. Foi gandula, jogou com Garrincha, e isso não intimidou ele numa seleção que tinha o Pelé. Ele disse: estou aqui porque tenho mérito. O jogador não pode esperar que um só resolva tudo, e quanto melhor coletividade, ai vai aparecer a individualidade", disse o treinador.
"Isso tem a ver com Neymar, porque os demais jogam em PSG, Chelsea... então são bons e têm que mostrar serviço também."
Dunga disse ainda que o atacante do Barcelona tem jogado ainda melhor por seu clube desde que se tornou capitão da seleção. "Os números estão aí para mostrar. Sua postura é referência para demais jogadores, e estou feliz com o rendimento do Neymar. Espero que continue."
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