SP tem nova violência contra a mulher a cada 4 min

08/03/2015 08:00

SP tem nova violência contra a mulher a cada 4 min

Entre 2012 e 2015, casos motivados pelo gênero fizeram mais de 432 mil vítimas; 311 foram assinadas

Uma mulher morre no estado a cada três dias e meio, vítima da violência. / Divulgação

Por: Arthur Stabile
arthur.stabile@diariosp.com.br

O Estado de São Paulo registrou um novo caso de violência contra a mulher a cada quatro minutos nos últimos três anos, segundo dados do Boletim Estatístico Eletrônico, administrado pela Secretaria da Segurança Pública do Estado. Entre janeiro de 2012 e janeiro de 2015, 432.024 vítimas denunciaram a violência que sofreram pelo fato de serem mulheres.

 

Os números são divulgados mensalmente pela pasta, levando em consideração os B.O. (Boletins de Ocorrência) registrados envolvendo homicídio, lesão corporal, ameaças, invasão de domicílios, calúnia e difamação, estupro, entre outros. Considerando apenas as agressões (178.994), a média é superior a 4,8 mil casos por mês.

 

As estatísticas são alarmantes e ganham maior dimensão hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e na mesma semana em que a Câmara dos Deputados aprovou projeto que tipifica o feminicídio (assassinato de mulheres motivado pelo gênero) crime hediondo - falta sanção da presidente Dilma.

 

 

(Foto: Divulgação)

MORTES/ Neste período, São Paulo registrou o assassinato de 311 pessoas com essa motivação: 282 dolosos, quando há a intenção de matar; e 29 culposos. Os crimes intencionais estão em crescente desde 2012, ano que registrou 80 casos. Em 2013, aumentou para 93 e alcançou 101 vítimas no ano passado. 

 

O aumento prossegue em 2015. Somente o mês de janeiro já teve os números divulgados, mas foi a pior estatística para janeiro em comparação com os outros anos: oito assassinatos. Uma mulher morreu no estado a cada três dias e meio, vítima da violência. Outras 918 foram ameaçadas de morte.

 

As ameaças em geral também fazem parte das estatísticas. Com quase 200 mil casos (198.115), são 176 novas intimidações por dia no estado considerado mais desenvolvido do país. Esta é a hostilidade inicial que, pela falta de combate, tem se transformado em outros tipos de crime.