23/01/2016 10:00
Ministro Nelson Barbosa confirmou estudo do governo, mas descartou uso do Fundo para consumo
Por: Diário SP Online
O ministro da Fazenda Nelson Barbosa disse, na sexta-feira (22), que o governo estuda a possibilidade de o FGTS ser usado como garantia para empréstimos consignados, em casos de demissão do trabalhador.
Nelson Barbosa Ministro da Fazenda / Divulgação
O projeto surgiu quando essa modalidade de financiamento – na qual se desconta as parcelas diretamente da folha de pagamento – para servidores públicos ficou mais cara. Ao mesmo tempo, a quantidade de empréstimos para funcionários do setor privado diminuiu, por conta dos riscos de demissão.
Se a proposta entrar em vigor, quem foi mandado embora, e ainda não tem consignado, poderá utilizar parte da multa para aproveitar esse financiamento. A expectativa é que, se aprovada, a medida entre em vigor ainda neste semestre.
Segundo Barbosa, a ideia foi apresentada por instituições financeiras enquanto ele ainda era titular do Ministério do Planejamento. Barbosa, porém, que encerrou sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, disse que o martelo ainda não foi batido.
“Não há decisão sobre isso ainda”, destacou o ministro. “Não é para você pagar o crédito consignado. É usar o FGTS para uma garantia, se eventualmente aquilo for necessário.”
Ele descartou o uso do Fundo para consumo e lembrou que o foco do governo hoje é trabalhar pela recuperação do investimento. “Hoje, estamos focados mais no crédito para a recuperação do investimento. A recuperação da economia brasileira tem de ser puxada principalmente pelo investimento.”
O ministro afirmou, contudo, que os brasileiros que tiverem recursos para consumir, não devem ter medo de fazê-lo. “Obviamente, é bom que o consumo cresça. As pessoas que podem e têm recursos para consumir não devem ficar com medo disso, devem aproveitar os preços estão baratos em algumas áreas, como imóveis.”
Barbosa também comentou a disparada do dólar, que fechou a quinta-feira em R$ 4,16, maior patamar desde 1994. Ele afirmou que a alta da moeda norte-americana se deve a fatores como queda nos preços de commodities (petróleo e minério) e à turbulência nos mercados em função da desaceleração da economia chinesa.
O ministro destacou, contudo, que o Brasil tem um regime de câmbio flutuante e reservas elevadas que servem justamente para proteger o país dessa volatilidade.
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