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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Rolezinho do Ibirapuera é suspenso após estupros

20/01/2016 09:22


Evento que iria acontecer no próximo domingo (24) foi cancelado após casos de violência
Por: Amanda Gomes/ Larissa Quintino
amanda.gomes@diariosp.com.br
A segunda edição do “Rolezinho do Beijo” no Parque do Ibirapuera, marcado para o próximo domingo (24), não vai mais rolar - pelo menos na data marcada. Isso porque os jovens organizadores do evento nas redes sociais foram chamados pela Prefeitura para conversar sobre um novo modelo, com mais infraestrutura. 
Os rolezinhos oficiais são realizados duas vezes por mês em diferentes pontos da capital/ Darlan Mendes/ Colaboração 
A intenção é evitar bagunça, consumo de bebidas alcoólicas e a violência de domingo passado (18), quando duas jovens, uma delas menor de idade, acabaram estupradas
O garoto Douglas Gouvêa, de 16 anos, que organizava o rolezinho do dia 24, pelo Facebook, afirmou que vai mudar a data após o pedido de reunião de amanhã, com a SPTuris, empresa ligada à Prefeitura. 
Douglas disse não ter organizado o evento que acabou em confusão, mas estava lá. “Queremos nos divertir e, se tivermos apoio, será ainda é melhor. Só não abrimos mão  do ‘Ibira’, porque é um lugar que todo mundo gosta e consegue chegar”, afirmou. 
Sobre a venda e o consumo de álcool por adolescentes, o garoto enxerga como normal, apesar de não garantir que não consome. “Se a galera leva bebida, não tem como eu ou outra pessoa falar que não pode, porque já entrou no parque. Eu não bebo e dou um toque para os amigos que estão abusando”, disse. 
Na página do evento na internet, que até terça-feira (19) à tarde continuava agendado, parte dos 4,7 mil confirmados condenou os atos de violência. “Vamos curtir com consciência para que não tirem o parque de nós”, disse uma das meninas que pretendia ir ao rolê. 
O presidente da Associação Rolezinho a Voz do Brasil, Darlan Mendes, de 25 anos, disse que a intenção é oficializar a atividade no calendário dos“Rolezinhos da Cidadania”. O projeto ocorre desde 2014 com o apoio da Prefeitura, que fornece a infraestrutura de palco, sons e banheiros. 
Há também efetivos da Guarda-Civil Municipal e Polícia Militar para realizar a segurança. Nos eventos oficiais, a venda de bebidas para menores é fiscalizada e há hora para acabar o passeio: 22h, no máximo.
 A iniciativa começou com um evento em Artur Alvim, na Zona Leste da capital, como alternativa ao impasse criado entre os jovens e os shoppings centers, os espaços anteriormente utilizados para a reunião dessa molecada. 
Os rolezinhos oficiais são realizados duas vezes por mês em diferentes pontos da capital. O próximo será no próprio Parque do Ibirapuera, na primeira quinzena de fevereiro. 
“Antes mesmo do rolezinho de domingo passado no parque, já estávamos conversando com esses meninos para eles integrarem no nosso calendário. Queremos segurança”, disse.
O Diretor de Eventos Especiais da SPTuris, Antônio  Pinto, confirmou que irá se reunir com os jovens do rolezinho amanhã, mas não adiantou como será a infraestutura no parque para o rolezinho.
POLÍCIA CONSEGUE FAZER RETRATO  FALADO DE SUSPEITO/ A adolescente de 16 anos, uma das vítimas de dois estupros dentro do parque, domingo, conseguiu dar informações e a polícia fez, na terça-feira (19), o retrato falado do suspeito do crime, que ainda não foi divulgado. Uma amiga que estava com ela no parque e conhecia o rapaz também ajudou.
O retrato não foi mostrado porque os agentes querem confrontar com fotos de outros estupradores no sistema da polícia.
Na terça-feira (19) os policiais também conseguiram prender o homem suspeito de furtar a bolsa e celular da outra vítima de 18 anos, violentada por seis homens.
De acordo com a polícia, Patrick Silva, 20, foi preso em um shopping após ligar para o pai da jovem com outros dois adolescentes e pedir dinheiro pelo celular. Os agentes foram informados e prenderam o acusado e apreenderam os menores.
 O acusado foi indiciado por furto, pagou fiança de R$ 800 e acabou liberado. 
A vítima, de 18 anos, disse que havia aceitado fazer sexo com ele quando seis pessoas apareceram e a estupraram. Patrick fugiu do local com a bolsa. À polícia, ele citou ter visto três estupradores e que não os conhecia.

PERGUNTAS SOBRE CONFUSÃO FICAM SEM RESPOSTAS
Fábio Pescarini /fabioap@diariosp.com.br
O “Rolezinho do Beijo”, organizado pelas redes sociais, previa 12 mil jovens no Ibirapuera, domingo. O número é exatamente o mesmo citado pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana para informar a quantidade de participantes em nota enviada ao DIÁRIO quando questionada sobre os motivos de a Guarda-Civil Municipal não ter conseguido coibir a bebedeira entre menores de idade no evento no parque.
Uma das alegações da pasta é a de ter sido surpreendida pela quantidade de pessoas na marquise do Ibirapuera. “Devido ao grande e inesperado número de jovens que compareceram no parque no último domingo, a SMSU já determinou a duplicação do número de guardas nos turnos da noite aos sábados e domingos”, afirmou a nota.
A realização do Rolezinho, inclusive, foi noticiada pelo DIÁRIO na sua edição de domingo, dia do evento. Ou seja, não dá para falar em surpresas.
O paulistano viu pela televisão carros da GCM estacionados com “giroflex” ligado na marquise enquanto a garotada se esbaldava com vodca e cerveja – as garrafas ficaram ali para todo mundo ver no dia seguinte, em meio ao verde deste que é um dos parques mais badalados do mundo.
Estes meninos e meninas passaram pelos dez portões do Ibirapuera, inclusive com sacos de gelo em mãos, denunciando o que iriam fazer lá, sem serem incomodados.
Durante dois dias, o DIÁRIO questionou a Prefeitura sobre o sistema de segurança do local. Ou sobre as razões para não se ter feito revistas nesses jovens no acesso ao parque. A reportagem não obteve respostas.
As duas meninas estupradas domingo não participavam do rolezinho e confirmaram que vão sempre lá por conta da concentração de jovens no local. Ou seja, nos fins de semana o Ibirapuera é ponto de encontro de gente disposta a se divertir – com ou sem responsabilidade. Dava para prever a necessidade de segurança.
ENTREVISTA 
Ricardo Cabezon,_ advogado especialista em direito da criança e do adolescente
PLANEJAMENTO COÍBE ABUSOS
É dever da família, da sociedade e do Estado zelar pela criança e pelo adolescente. Isso vale também para evitar o consumo de bebidas alcóolicas por menores.  O advogado afirma que é preciso planejar ações para coibir a bebedeira onde há aglomeração de jovens. E que é preciso parar de glamourizar o álcool. 
DIÁRIO_ Quem pode fiscalizar e tirar uma garrafa de bebida da mão de um adolescente em local público?
RICARDO CABEZON_ Os agente públicos como Guarda-Civil e Polícia Militar têm o poder para se cumprir a lei, já que a álcool é proibido para menores. No entanto,  em casos que envolvam milhares de jovens no mesmo lugar, o ideal são ações prévias que coibam. Fiscalizar um a um dos jovens em um evento assim pode causar tumulto, e o que se dever fazer é o contrário. 
Qual é a ação mais efetiva?
O planejamento e um plano de contingência minimizam isso. Cercar o perímetro do parque, por exemplo, e autuar quem está vendendo bebida para o menor é eficiente. A lei, no caso do álcool não pune o usuário, mas quem fornece. No Estatuto da Criança e do Adolescente está sujeito à prisão.
E como é a ação caso o agente público flagre adolescente bebendo? 
O policial ou o guarda pode abordar e retirar a bebida do adolescente. A ação recomendada é que, ao flagrar essa situação, o agente questione o menor sobre os pais e encaminhe o caso para o Conselho Tutelar. Seja levando o menor para delegacia ou deixando na mão do conselheiro.
ANÁLISE
Conselho Tutelar da Vila Mariana
Em relação aos adolescentes em questão (frequentadores do rolezinho no Ibirapuera), sempre que um órgão da nossa rede de proteção toma conhecimento de algum  fato que viole a integridade física ou moral de uma criança ou adolescente, seja um órgão de segurança pública ou outro, devemos ter acesso à família e ao adolescente para que possamos realizar o atendimento e  diagnosticar a melhor ação protetiva. Desta forma podemos ajudá-lo. Estas  ações de integração à rede podem ser inclusão na escola, atendimento psicológico e, no caso de vulnerabilidade sócio-econômica, a família é encaminhada à assistência social para que possa ser inclusa nos programas e benefícios previstos pelo SUAS (Sistema Único de Assistência Social).


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