Marcia decidiu tentar a utilização da “pílula do câncer” no ano passado, dez anos após o marido ser diagnosticado com câncer no pulmão. Ela conseguiu uma liminar em outubro. “Foi o tempo de a juíza autorizar e o governador entrar com uma ação na Fazenda Pública de São Carlos pedindo a suspensão das entregas.” Em fevereiro, ela voltou a conseguir uma liminar, mas de novo não obteve as cápsulas, pois o laboratório da USP em São Carlos foi fechado.
Para a advogada Marisa Acete, de 48 anos, filha de um paciente com câncer que toma a pílula há três, a decisão prejudica os doentes em estágio mais grave, que não podem esperar pela conclusão dos testes clínicos da fosfoetanolamina. “As pessoas estão morrendo no meio do caminho. Não dá para esperar”, reclama.
O assessor parlamentar Abrão Dib, que lidera um grupo de defensores da fosfoetanolamina sintética em redes sociais, disse que a decisão pode incentivar o mercado clandestino. “Nosso receio é de aparecer a fosfoetanolamina falsa.”