Eles estão nos tirando a última esperança’, diz paciente sobre STF
Com o marido de 57 anos internado em um hospital, após apresentar um edema cerebral decorrente de um tumor cancerígeno, a servidora pública Marcia Gutierrez, de Sorocaba, reagiu à decisão dos ministros do STF com indignação e tristeza. “Eles estão nos tirando a última esperança. Lutamos contra o câncer desde 2005 e ele já enfrentou tudo o que é tratamento: quimioterapia, radioterapia, só faltava a ‘fosfo’. Agora, o que nos resta?”
Marcia decidiu tentar a utilização da “pílula do câncer” no ano passado,
dez anos após o marido ser diagnosticado com câncer no pulmão. Ela
conseguiu uma liminar em outubro. “Foi o tempo de a juíza autorizar e o
governador entrar com uma ação na Fazenda Pública de São Carlos pedindo a
suspensão das entregas.” Em fevereiro, ela voltou a conseguir uma
liminar, mas de novo não obteve as cápsulas, pois o laboratório da USP
em São Carlos foi fechado.
Para a advogada Marisa Acete, de 48 anos, filha de um paciente com
câncer que toma a pílula há três, a decisão prejudica os doentes em
estágio mais grave, que não podem esperar pela conclusão dos testes
clínicos da fosfoetanolamina. “As pessoas estão morrendo no meio do
caminho. Não dá para esperar”, reclama.
O assessor parlamentar Abrão Dib, que lidera um grupo de defensores da
fosfoetanolamina sintética em redes sociais, disse que a decisão pode
incentivar o mercado clandestino. “Nosso receio é de aparecer a
fosfoetanolamina falsa.”
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