A edição impressa do jornal francês Libération desta sexta-feira (26) traz uma matéria intitulada "Brasil: Temer, o destituidor, prestes a ser destituído".
A reportagem diz que agora é a vez do presidente que articulou o impeachment de Dilma Rousseff passar pela mesma situação, já que está envolvido em suspeitos casos de corrupção.
O diário destaca que 35 mil pessoas pediram sua renúncia na última quarta-feira (24), em Brasília e descreve Michel Temer como "um presidente fraco e impopular" que hoje, segundo ela, é "quase um cadáver político".
Libération afirma que as investigações da operação Lava Jato, que tiraram Dilma Rousseff da presidência podem destituir um segundo chefe de Estado em menos de um ano e lembra que o presidente brasileiro é acusado de corrupção, participação em organização criminosa e obstrução do trabalho da justiça, "situação inédita protagonizada por presidente desde Fernando Collor, em 1992".
Para o noticiário, a decisão de Temer de convocar o Exército para conter as manifestações foi algo "extremo, que fez os brasileiros lembrarem dos anos de ditadura militar". Se o recurso deveria ser uma demonstração de força, ele sobretudo destacou a a fragilidade de Temer.
"Seria essa uma vingança do destino contra o homem que puxou o tapete de Dilma?", questiona o jornal.
As articulações para substitui-lo já começaram até mesmo dentro de seu próprio partido, finaliza Libération.