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segunda-feira, 4 de março de 2019

Não se guardaram nem pra quando o Carnaval passar


Escreveu-se aqui que o desfile do governo Bolsonaro atravessava o samba e que todos o veriam claramente quando os políticos voltassem do Carnaval para a avenida do Congresso.
Erro.
A chiadeira do deputado Elmar Nascimento,  líder do aglomerado de direita e centro-direita coordenado pelo DEM de Rodrigo Maia, não esperou nem isso e botou o “Blocão” na rua, pedindo um chega pra lá na ocupação dos espaços pela ala de verde-oliva.
“O governo está saindo de uma república de sindicato para uma república da caserna”.
A vara curta com que o parlamentar cutuca o general Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo da Presidência mostra que é cada vez menor o medo de que isso deixe o chamado “centrão” fora dos espaços que ambiciona, agora que Jair Bolsonaro está preso ao cumprimento da pauta que não é sua, mas que o “mercado” impõe como chantagem à sua sobrevivência: uma reforma previdenciária dura e rápida.
Elmar não economiza na lista de queixas, desde a dificuldade de acesso à Presidência -“a gente tem de se identificar, alguém lá em cima autorizar, colocar um crachá” – e da sinalização pública de que a presença de políticos no governo é sinal de fisiologismo e corrupção.
E coloca claramente que tudo está na mesa para negociar, desde os “bodes” da Previdência, dos quais reclama estarem “contaminando” a proposta do Governo até aquilo que parecia, antes, fácil de aprovar, como o “pacote Moro” de medidas penais.
Bolsonaro terá que ceder mais nas propostas que nos espaços de governo que a turma quer.
General, como se sabe, é indemissível. Pelo menos sem crise.
Por Madalena frança via Tijolaço.

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