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sábado, 5 de setembro de 2020

Polícia investiga esquema de fraudes em licitações no Agreste com prejuízo de R$ 11 milhões

Contratação de empresas pela prefeitura de Feira Nova é apurada pela Civil. Executivo municipal afirma que está disponível para prestar esclarecimentos.
G1 PE
A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (4), a operação Coalizão, para desarticular uma associação criminosa voltada à prática do crime de fraude em licitação em Feira Nova, no Agreste. Segundo as investigações, o esquema criminoso pode ter causado prejuízo de mais de R$ 11 milhões aos cofres públicos (veja vídeo acima).

Ao todo, 23 mandados de busca e apreensão foram emitidos para localidades no Recife, Paulista e Camaragibe, na Região Metropolitana, e em Caruaru, Feira Nova, Lagoa dos Gatos, Tracunhaém, Belo Jardim, Tacaimbó, Limoeiro e Joaquim Nabuco, no Agreste.

De acordo com a Polícia Civil, o trabalho teve início em dezembro de 2019 e buscou investigar a contratação de empresas pela prefeitura de Feira Nova a partir de 2017, para a prestação de serviço de locação dos veículos. Ao longo das investigações, foram constatadas irregularidades nos contratos e o favorecimento de seis empresas.

Policial leva materiais apreendidos na Operação Coalizão à sede do Draco, na Zona Oeste do Recife — Foto: Reprodução/Polícia Civil
Policial leva materiais apreendidos na Operação Coalizão à sede do Draco, na Zona Oeste do Recife — Foto: Reprodução/Polícia Civil


“A prefeitura de Feira Nova contratava diversas empresas com objetos semelhantes de contrato, que visava à locação de veículos para diversas secretarias, transporte universitário e escolar. As empresas sempre se revezavam nas licitações”, disse a delegada Isabela Porpino, à frente das investigações.

Em nota, a prefeitura afirmou que não foi notificada das investigações e que está aberta a prestar "quaisquer esclarecimentos que se façam necessários". Além disso, o executivo municipal apontou que preza pela "transparência, pela seriedade e pelo compromisso com o erário público".

“Com a deflagração da operação, averiguamos que muitas dessas empresas sequer existiam no local indicado no contrato social. Em outras, os policiais encontravam outras pessoas jurídicas”, afirmou a delegada. A Polícia também constatou que as empresas não tinham capacidade técnica ou operacional para prestar os serviços contratados.

Durante a operação, foram apreendidos veículos adulterados, R$ 24 mil em espécie e cheques preenchidos, mas sem data. "As investigações estão evoluindo e tudo está sendo apurado", afirmou a delegada.

Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), no bairro de Tejipió, no Recife — Foto: Marina Meireles/G1
Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), no bairro de Tejipió, no Recife — Foto: Marina Meireles/G1

Empresários e agentes públicos são investigados suspeitos de participação, de acordo com a Polícia Civil, mas não há detalhes sobre a identidade deles. Até esta sexta (4), ninguém havia sido preso, mas as investigações continuam.

De acordo com a Polícia, 130 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães participam do cumprimento dos mandados, expedidos pela Vara Única da Comarca de Feira Nova.
Do Casinhas Agreste.
Postado por Madalena França

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