A pesquisa Atlas Político, publicada agora há pouco pela edição brasileira do El Pais deveria estar tocando todas as sirenes de alerta no Palácio do Planalto.
Pela primeira vez, o número dos que consideram “ótimo” ou “bom” o governo Bolsonaro caiu abaixo de 20% e é superado até pelos que o consideram “regular”.
Noutra nuance, o desempenho pessoal do ex-capitão também cai abaixo de 30% (29%) pela primeira vez, ficando abaixo mesmo dos piores índices registrados no início da pandemia, onde a inação do governo ainda conservava um terço de aprovação.
Números assim, claro, vão logo ser refletidos nas pesquisas sobre intenção de voto presidencial, com dois efeitos.
Um, o aumento da voracidade dos ex-bolsonaristas, que se atiram ao desafio de abocanhar inteiro o governo do qual só tinham uma parte e a perderam. O quanto conseguirão, carregando o fardo de terem sido também autores deste desastre, é outra história.
Outro, a dissolução do argumento, a todo tempo falso, de que a “polarização com Lula” seria um risco a nova vitória de Bolsonaro.
Fica evidente que não há – nem houve – esta preocupação nas candidaturas da dita 3ª via.
Quanto maior o desastre, maior a busca pela segurança do que é conhecido e sólido, não promessa de campanha.
Por isso, preparem-se para ver as baterias da mídia se voltarem contra o ex-presidente, à medida em que considerarem Bolsonaro descartado da disputa.
Mas ele não está, ainda, e conta com arsenal mais poderoso que a simples “caneta Bic”.
E a maior delas é apontar aqueles adversários como agentes de sua eleição e integrantes de seu governo.
E, sobre Moro, especialmente, talvez venhamos a saber mais de seus contatos quando ainda juiz com o comando da campanha de Bolsonaro.
Da lama, ninguém sai limpinho e cheiroso.
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