Madalena França via Mais Casinhas
Da VEJA
charlesnasci@yahoo.com.br
A escassez de chips e semicondutores tem trazido dores de cabeça a diversos empresários de todo o mundo — de tal modo que nem mesmo o multibilionário de origem sul-africana Elon Musk tem escapado disso. Constituídos de silício ou germânio, o emprego dos microchips (ou, mais cientificamente, circuitos integrados) na indústria é fundamental por possuírem a condutividade elétrica necessária entre isolantes e condutores, algo crucial, por exemplo, para o funcionamento hoje de computadores, telefones celulares a automóveis.
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A escassez de chips e semicondutores tem trazido dores de cabeça a diversos empresários de todo o mundo — de tal modo que nem mesmo o multibilionário de origem sul-africana Elon Musk tem escapado disso. Constituídos de silício ou germânio, o emprego dos microchips (ou, mais cientificamente, circuitos integrados) na indústria é fundamental por possuírem a condutividade elétrica necessária entre isolantes e condutores, algo crucial, por exemplo, para o funcionamento hoje de computadores, telefones celulares a automóveis.
Com a pandemia, houve um descompasso entre produção e a demandada vez maiores desses insumos cada vez mais essenciais para o mundo, o que tem afetado economias e empresas de todas as partes. Em encontro com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, na última segunda-feira, dia 15, Musk admitiu que, para fugir da ‘guerra dos microchips’ mundo afora, pode ser “obrigado” a investir em uma fábrica de semicondutores — e o Brasil, no caso, seria um dos países postulantes ao aporte.
O assunto veio à tona após Faria propor a inauguração de uma fábrica da montadora de carros elétricos Tesla no Brasil e mencionar que também tem o interesse de voltar a fazer do Brasil um país relevante na produção de semicondutores, algo que acontecia até a década de 1980. O encontro, na verdade, servia para negociar a implementação de satélites da Starlink para monitorar o desmatamento na Amazônia e conectar escolas situadas em áreas remotas com internet de última geração.
"Eu o convidei a abrir uma fábrica de semicondutores aqui. Ele me disse que não fazia parte do core business investir em uma fábrica de semicondutores, afinal, ele gosta de investir apenas em tecnologias que ainda não existem, mas reconheceu que precisa de semicondutores para tudo. Um carro da Tesla, por exemplo, precisa de 10 mil peças", diz Faria.
Em fevereiro deste ano, a ausência de microchips fez com que a produção do veículo Tesla Model 3 fosse paralisada na fábrica da montadora em Fremont, na Califórnia. Como resposta, Faria ouviu de Musk que está no radar a abertura de uma fábrica para microchips: "Ele vai esperar um ano para ver como essa questão dos semicondutores se desenvolve no mundo, e pode, depois disso, abrir uma fábrica. O Brasil é uma possibilidade", diz o ministro.
Em fevereiro deste ano, a ausência de microchips fez com que a produção do veículo Tesla Model 3 fosse paralisada na fábrica da montadora em Fremont, na Califórnia. Como resposta, Faria ouviu de Musk que está no radar a abertura de uma fábrica para microchips: "Ele vai esperar um ano para ver como essa questão dos semicondutores se desenvolve no mundo, e pode, depois disso, abrir uma fábrica. O Brasil é uma possibilidade", diz o ministro.
Aos olhos de Faria, uma possibilidade seria inaugurar a unidade fabril no Nordeste, que foi apresentada como a "Califórnia brasileira" pelo ministro. "O Nordeste tem tudo para virar um hub de inovação, que pode vender para a América Latina inteira. São Paulo é como Nova York e o Nordeste é como a Califórnia. Foi esse paralelo que fiz para ele". Outra batalha empenhada por Faria tem sido convencer a Samsung a produzir semicondutores no Brasil.
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