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sábado, 20 de novembro de 2021

Magno Martins relata com Paixão a despedida dos Shows de Flávio Leandro, a qual chamou de Largada Chorosa.

 

A largada chorosa de uma grande despedida

Fotos: Jorge Farias

O cenário e o palco não poderiam ser mais indicados: Caruaru, a capital do forró; Alto do Moura, ambiente onde se respira cultura e arte, moldadas pelos bonecos de Vitalino. Tudo transcorreu perfeito no start da despedida de Flávio Leandro dos palcos da vida, que lhe deram régua e compasso. Deram-lhe o que todo artista persegue e sonha: fama. Um dos mais completos e múltiplos herdeiros do canto de Luiz Gonzaga, o forrozeiro que saiu da sua Bodocó para reinar no universo da música nordestina deu seu primeiro adeus ontem chorando e fazendo do seu pranto um oceano de lágrimas na plateia

Até hoje, desde que anunciou que não faria mais shows, há três meses, ninguém entendeu a razão. Flávio larga o palco no ápice da sua carreira gloriosa. É, sem, dúvida, um dos melhores forrozeiros da geração pós Gonzagão. Canta como um Sabiá, compõe verdadeiros poemas, letras que exaltam o Sertão, como fizeram Zé Dantas e Humberto Teixeira nas composições para o Rei do Baião. A inspiração brota do chão seco, mas encantador, do pé da serra da Chapada do Araripe.

É lá que ele mora, abrindo a janela para apreciar a roça, ouvir a sintonia dos pássaros e o berro das suas cabras. Flávio Leandro é tão sertanejo que cheira a bode, perfume inconfundível para quem tem alma euclidiana. Se fosse um pássaro, certamente seria uma Asa Branca, símbolo das terras secas. 

No primeiro show do adeus, o poeta-cantor ou cantor-poeta cantou chorando por dentro e por fora. Matou a saudade dos seus fãs. Com seu violão inseparável, não se deteve apenas às suas paradas de sucesso, como Chuva de honestidade e Cuida de mim. Interpretou Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Santanna e ainda reviveu Belchior.

Estive lá e vi muita gente aplaudindo e chorando já de saudade. O show foi na pousada Casa da Gente, do meu amigo Roberto, no coração do Alto do Moura, promoção de Quayada Produções, do meu amigo Evanildo Barros. Casa lotada com uma gente bonita e animada, uma tribo até de políticos, como a deputada Marília Arraes (PT), que, apesar da barriguinha de oito meses de gestação, não resistiu a ensaiar uns passos com o esposo André Cacau, ex-vereador de Salgueiro.

Também na plateia, Lara, neta do grande e imortal poeta Zé de Cazuza, da paraibana Prata, deu uma canja poética. Declamou poemas do avô e fez até aboios em homenagem ao cantor-poeta. Hoje e amanhã tem mais Flávio Leandro no mesmo local. Para hoje, entretanto, um lembrete: não há mais ingressos à venda. Só para o show de amanhã.


Postado por Madalena França

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