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segunda-feira, 24 de março de 2014


Edição do dia 23/03/2014
23/03/2014 23h47 - Atualizado em 23/03/2014 23h47

Três cidades brasileiras estão entre as dez mais violentas do planeta

Maceió, Fortaleza e João Pessoa têm taxa de homicídios considerada epidêmica pela Organização Mundial da Saúde.

 No último domingo (16), o Fantástico mostrou como é viver na cidade mais violenta do mundo - San Pedro Sula, em Honduras. Neste domingo (23), os nossos repórteres viajaram pelas três cidades brasileiras que estão entre as dez mais violentas do planeta. Uma delas, vai receber jogos da Copa do mundo.
Nestes locais se mata por qualquer motivo: paixão, discussão, tráfico. “A morte é sempre entre 15, 21, 22 anos. Não passa disso”, destaca um policial.
Uma pessoa assassinada a cada duas horas. O crime é bem perto das autoridades. O que impressiona é que a venda de drogas funciona bem em frente à delegacia.
Durante um mês, o Fantástico percorreu as cidades brasileiras que aparecem no ranking das dez mais violentas do planeta entre as que não estão em guerra: Maceió, Fortaleza e João Pessoa. O levantamento foi feito por um respeitado grupo de estudos mexicano.
Sexta, 7 de fevereiro, às 22h30, o bar de forró no centro de Maceió é um dos mais agitados da região, mas a festa termina de repente. Veja os tiros no alto do vídeo acima. Pessoas se escondem embaixo das mesas, atrás do balcão, uma delas pede socorro.
Polícia: Polícia militar, boa noite
Vítima: Mande uma viatura urgente na Rua das Árvores. Pelo amor de deus. Mande logo.
Maceió é a quinta cidade mais violenta do mundo, e primeira do Brasil, segundo o estudo mexicano. Em 2013, foram 79 homicídios para cada 100 mil habitantes. Acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes, a Organização Mundial de Saúde, considera uma epidemia de violência.
De acordo com números do próprio governo estadual, a maioria das vítimas de homicídios em Maceió é de jovens, com idade entre 18 e 29 anos.
“Quem está na orla não consegue visualizar que, todos os dias, na cidade de Maceió, pelo menos cinco jovens estão morrendo. E esses jovens não estão morrendo na orla. Eles estão morrendo nas periferias”, destaca a socióloga Ruth Vasconcelos.
Durante os nove dias que passamos em Maceió, foram 19 assassinatos. Em todos, os criminosos nem se preocuparam em esconder o rosto.
Segundo a polícia, geralmente, os assassinos mandam informantes para o local do crime. Eles querem saber se algum morador está colaborando ou não com as investigações. Por isso, a lei do silêncio. Ninguém fala nada, ninguém ajuda.
Com 46 anos, Sebastião Borges dos Santos não ajudou na investigação de um homicídio, diz a polícia. Mas os traficantes acharam que sim. E mataram o borracheiro com um tiro na cabeça.
Uma das 12 cidades-sede da Copa e palco do segundo jogo do Brasil na competição, Fortaleza é a sétima cidade mais violenta do mundo e a segunda do Brasil, de acordo com o levantamento. São 72 assassinatos por 100 mil habitantes.
Como em Maceió, os jovens são as principais vítimas. Carlos Henrique foi morto com dois tiros. Segundo a polícia, por dívida com o tráfico. O assassino não foi preso e conta com a estatística oficial a seu favor. Hoje, o estado do Ceará tem 58 mil foragidos, 11 mil deles acusados por homicídio. O Fantástico teve acesso a mandados de prisão que deveriam ter sido cumpridos em 1995, 1994 e até em 1991, ou seja 23 anos engavetado.
“O criminoso, no Ceará, para ser preso, tem que ser muito azarado. A Polícia Civil não tem efetivo pra investigar nenhum crime”, destaca o presidente do sindicato de Policiais Civis do Ceará, Gustavo Simplício Moreira.

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