Da Folha de S.Paulo
O radialista Djalma Santos da Conceição, 54, foi assassinado com ao menos 15 tiros na última sexta-feira (22). O caso é investigado pela Polícia Civil em Conceição da Feira, a 126 km de Salvador. Nenhum suspeito foi preso ou identificado. O corpo do profissional, conhecido por comentar casos policiais e atender reclamações de ouvintes, foi encontrado na manhã de sábado (23) próximo à rodovia em Timbó, na zona rural da cidade. Na noite de sexta, Conceição estava em um bar, do qual é dono, em Governador Mangabeira, município vizinho, quando três homens encapuzados ordenaram que todos se abaixassem. Eles renderam a vítima e a colocaram em um carro.
Segundo a polícia, peritos contaram 25 cápsulas de três tipos diferentes de munição. O olho direito e a língua foram afetados, possivelmente, por um dos tiros dado debaixo para cima.
POLÊMICO
O trabalho de Conceição era marcado pela polêmica e pela prestação de serviço. Todos os dias, das 7h às 8h30, comandava ao vivo o programa "Acorda Cidade", da rádio comunitária RCA, onde comentava casos de polícia e atendia ouvintes que pediam cadeira de rodas ou um colchão.
Segundo o diretor da rádio, Raimundo da Conceição Apolinário, era comum o radialista receber ligações de pessoas que reclamavam de seus comentários. Com frequência, Apolinário disse ter visto o jornalista discutindo por telefone, em tom exaltado, contra quem o criticava, e dizia: "bala trocada não dói".
Pelo tom de seus comentários, chegou a ser chamado pelo juiz da cidade, para que não usasse os casos policiais para incitar a violência em seu programa de rádio, segundo Apolinário. "Ele não cansava de dizer que ninguém iria calar a boca dele, só Deus e a morte". Além de um bar, a vítima também era proprietária de uma empresa de dedetização.
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