LAS VEGAS - A marca Motorola estava presente no primeiro celular fabricado em 1973, mas, em breve, ela desaparecerá do mercado. A empresa comprada da Google pela Lenovo, em 2014, continuará existindo como uma subsidiária da fabricante chinesa, mas o nome em produtos será abandonado. Em entrevista ao site Cnet, Rick Osterloh, diretor de operações de Motorola, afirmou que os smartphones da companhia serão da linha Moto, para os produtos de ponta, e Vibe, para os de baixo custo.
— Lentamente nós vamos aposentar a Motorola — disse Osterloh, após uma conferência na Consumer Electronics Show, em Las Vegas. — E vamos focar no Moto.
O abandono da icônica marca representa o fim de uma era. A Motorola foi a inventora do primeiro telefone celular de mão e, por anos, liderou o mercado com folga. Nos anos 1990 e 2000, os aparelhos com o “M” estampados eram o sonho de consumo de milhões de pessoas. Até hoje, o Razr V3 é apontado como um dos celulares mais vendidos de todos os tempos, com mais de 130 milhões de unidades comercializadas. Para alguns analistas, a medida é um erro.
— A Lenovo não tem uma marca ruim, mas a Motorola é mais forte, especialmente em mobile — disse Carolina Milanesi, analista da Kantar WorldPanel. — Seria uma vergonha se afastar disso.
Logo após a aquisição da Motorola, o diretor executivo da Lenovo, Yang Yuanqing, tratou a marca como um “tesouro” e afirmou que o plano era “não apenas proteger a marca Motorola, mas fortalecê-la”.
O plano da Lenovo é usar sua marca para unificar os produtos. Aparelhos como o Moto X carregarão o logo da fabricante chinesa, bastante conhecido no setor de PCs, mas uma ilustre desconhecida entre tablets e smartphones, com exceção do mercado doméstico chinês. Segundo Osterloh, a Motorola vai controlar todas as operações mobile da companhia, trabalhando as duas linhas conjuntamente.
Em mercados onde a marca Lenovo é forte, a empresa pretende introduzir a linha Moto como produtos de mais alto padrão. Por outro lado, a estrutura de distribuição da Motorola será usada para expandir a linha Vibe, de smartphones que custam menos de US$ 100, para outros mercados.
— Não fazia muito sentido não cobrir os mercados em todos os segmentos — disse o executivo.
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