Tradicional encontro de movimentos sociais, o Fórum Social de Porto Alegre, que começa na terça (19), deve ser marcado por uma forte crítica à ameaça de impeachment da presidente Dilma. Criado como contraponto ao Fórum Econômico de Davos (Suíça), o evento reúne ativistas de esquerda, intelectuais, organizações estudantis e centrais sindicais.
Para a edição de 2016, os organizadores escolheram a "democracia" como um de seus temas principais. A defesa do mandato da petista deve ocorrer de maneira mais explícita na marcha de abertura, que vai percorrer a região central de Porto Alegre na tarde de terça-feira. Um dos eventos reunirá políticos em um debate sobre golpismo. "O fórum vai ter essa cara, de não ao retrocesso no Brasil e na América Latina", diz um dos organizadores, Mauri Cruz, da Associação Brasileira de ONGs.
Para o representante da União Nacional dos Estudantes, Giovani Culau, a situação política nacional criou uma "unidade" entre movimentos das mais diversas correntes. "Vai ser um momento de expressar. O fórum vai dar o seu recado em defesa da democracia", afirma.
Ministros do governo Dilma, como Miguel Rossetto (Trabalho) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) já confirmaram presença.
A presidente Dilma, que participou de debates com ativistas na edição de 2012, também foi convidada.
Apesar do caráter apartidário da organização, o PT tem histórica proximidade com o evento, que foi idealizado quando o partido governava o Estado e a capital gaúcha. Neste ano, os ativistas vão festejar 15 anos do primeiro encontro, chamado à época de "Fórum Social Mundial". Porto Alegre sediou o fórum outras vezes na primeira década, assim como Caracas, na Venezuela, e Belém (PA). Recentemente, os organizadores promovem a cada dois anos na capital gaúcha edições chamadas de descentralizadas ou "temáticas".
Sem comentários:
Enviar um comentário