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Com um média de 16 homicídios por dia, a violência no Estado de Pernambuco vem crescendo a um ritmo três vezes superior ao do Rio de Janeiro este ano. De janeiro a julho, o número de assassinatos no Estado, que desde 2014 vêm subindo ininterruptamente, avançou alarmantes 37,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No Rio, o crescimento foi de 12,6%.
MAIS NÚMEROS - Ao longo de todo o ano de 2016, foram registrados 4.479 homicídios. Março e abril foram os meses mais violentes deste ano. Foram 551 homicídios em março e 514 mortes em abril. Com 411 crimes contra a vida, setembro foi o sexto mês com mais homicídios, um a menos que agosto. O levantamento mostra as dificuldades enfrentadas pelo "Pacto Pela Vida", política pública lançada em 2007 para cumprir uma meta de redução de 12% das mortes a cada ano e que não vem sendo cumprida nos últimos meses. Só em setembro, 2.111 pessoas foram autuadas em flagrante e 421 por ato infracional. Foram cumpridos, ainda, 541 de prisão. Ao todo, a polícia apreendeu 507 armas e realizou 391 ações de combate ao tráfico de drogas.
Com um média de 16 homicídios por dia, a violência no Estado de Pernambuco vem crescendo a um ritmo três vezes superior ao do Rio de Janeiro este ano. De janeiro a julho, o número de assassinatos no Estado, que desde 2014 vêm subindo ininterruptamente, avançou alarmantes 37,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No Rio, o crescimento foi de 12,6%.
Segundo informações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e pelo Instituto de Segurança Público do Rio de Janeiro (ISP), foram 3.322 crimes intencionais letais (inclui homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e morte em confronto com policiais) de janeiro a agosto em Pernambuco contra 3.911 no Rio. Em termos relativos, a comparação entre os Estados mostra que a violência em Pernambuco é mais crítica - já que a população é 44% menor -, algo que foi reconhecido pelo próprio ministro da Justiça, Raul Jungman, em recente entrevista a uma rádio local.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera como "aceitável" uma taxa de até 10 homicídios a cada 100 mil habitantes. No Brasil, o índice gira em torno de 29 mortes a cada 100 mil habitantes, um patamar de países que estão em guerra. No Rio, a taxa é de 40 e, em Pernambuco, de quase 57, considerando os últimos 12 meses. Como resposta aos números, o governador Paulo Câmara (PSB) tem direcionado esforços para fortalecer o efetivo policial e já anunciou até a criação de um Batalhão de Operações Especiais (Bope), a exemplo do que existe no Rio. Em paralelo, o governo está aumentando o número de policiais em 4.300 homens - o efetivo total no momento conta com 25 mil homens das polícias militar e civil - e investindo R$ 290 milhões na renovação de toda a frota das polícias e compra de equipamentos.
Mas os resultados ainda não estão aparecendo. Em agosto, Pernambuco somou 413 assassinatos, o pior número para o mês nos últimos sete anos, embora tenha havido recuo em relação a julho. Mesmo faltando quatro meses parra encerramento do ano, o numero de homicídios no Estado até agosto - 3.735 mortes - já superou o total registrado em todos os anos do período 2010 a 2014.
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