Aguarda-se, há horas, que o Ministério Público, estadual e federal, tome alguma providência diante do que disse – e confirmou – o Ministro da Justiça. Torquato Jardim.
Como se sabe, o ministro afirmou, diretamente que “os comandantes de batalhão (da PM) são sócios do crime organizado no Rio”.
Se não implicasse numa pena de crimes previstos no Código Penal, civil e militar, viola a Lei 11.343, de 2006, que tipifica o crime de associação com o tráfico de drogas.
O que o Ministro fez foi, publicamente, afirmar que se está praticando um crime.
Onde está p MP? Onde está a Polícia Federal? Onde está a Inspetoria Geral das Polícias Militares, órgão do Estado Maior do Exército?
Os oficiais-generais da Operação de Garantia da Lei e da Ordem que se realiza no Rio vão trabalhar em coordenação com “comandantes de batalhão (que) são sócios do crime organizado”?
Desculpem, isso não se reduz a um bate-boca político entre ministro e governador.
É uma “notícia crime”, que impõe a ação, mesmo sem representações formais, às procuradorias de Justiça da União e do Estado.
Quer dizer que por um suposto aluguel de apartamento se mobiliza centenas de policiais e dezenas de procuradores e, diante da denúncia de que policiais militares que comandam milhares de homens armados estão associados a traficantes de drogas, todo mundo fica “paradinho”?
O Ministro da Justiça deveria, a esta hora, estar sendo convidado a dar esclarecimentos sobre o que tem de informações sobre isso.
Mas parece que nossa imprensa está mais interessada na picaretagem que ia colocar um “home theater” no presídio onde está Sérgio Cabral. Essa vagabundagem fuleira das autoridades prisionais é nada diante do fato de uma força armada de 47 mil homens da PM do Rio estar sendo comandada por sócios do tráfico.
Em qualquer país sério do mundo, a esta altura, a procuradora Raquel Dodge estaria cercada por um batalhão de repórteres exigindo explicações sobre a denúncia de um ministro de Estado – e da Justiça! – de que os comandantes de batalhões de policiais militares são sócios do tráfico.
Que Justiça, que Polícia e que Imprensa!
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