Tijolaço
Marcelo Auler, em seu blog, levanta hoje a hipótese de que haja um conteúdo de encenação ou de, ao menos, um “se colar, colou” na portaria do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, reduzindo a capacidade da fiscalização em caracterizar e punir o trabalho escravo no Brasil.
A prevalecer a Portaria. o governo Temer viverá mais um escândalo internacional. Tal como ocorreu ao tentar extinguir a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca). No caso da Renca, a pressão interna e externa foi tanta que o presidente golpista e mal visto por todos abandonou a ideia um mês depois de assinar o primeiro decreto liberando a área à sanha das mineradoras. A tendência da pressão internacional no caso da fiscalização ao trabalho escravo é real. Não será estranho, inclusive, se uma censura, ainda que de forma diplomática ou, quem sabe, como se fosse uma oração, partir do Papa Francisco.
Mas, em uma hipótese que deve ser considerada em se tratando do grupo que se aboletou no poder e dele não quer sair, pode estar em trama um jogo maquiavélico. A Portaria foi editada em surdina e veio ao conhecimento público -estrategicamente, como dissemos – às vésperas de a Câmara decidir o futuro da denúncia contra o presidente. Ela atende os anseios da bancada ruralista. Quem garante que, após obter os votos destes deputados, o governo golpista não irá, invocando a pressão popular e possivelmente externa, dar o feito por não feito?
Nada impede que, como no caso da liberação da reserva amazônica, alguém tenha comprado, recebido e, ao final das contas, “ficado sem”.
E como cobrar a devolução do que foi feito na sombra e na surdina?
A bancada ruralista pode ter recebido a sua Antilei Áurea e, depois de ter pago com votos, vê-la revogada.
Ninguém se esqueça de com que nível de escroques se lida quando se trata do atual governo do país.
E nós aqui ficamos na torcida que o bandido esteja sendo bandido com os bandidos.
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