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terça-feira, 28 de novembro de 2017
Não tenho papa na língua, falo mesmo o que eu quiser...
Imaginem reunidos
Cordelistas como Zé
Zé Limeira
Zé da Luz
E Zé Paxede
Versando pra Zé Mané
Para falar a verdade
Patativa do Assaré
Não tenho papa na língua
Falo mesmo é o que eu quiser.
Ouço políticos da minha terra
Enrolando ao discursar
Me envergonha e me da medo
De outra vez acreditar
Perdi todo entusiasmo
Que eu tinha de votar
Me arrepia ,me dá nojo
Não gosto nem de lembrar
Que defendi essa gente
Pra hoje me horrorizar.
Como alguém vai à Brasília
Tirar Coelho da cartola
Pra afundar mais o buraco
Já negro da nossa história
Direitos do nosso povo
Que duramente conquistou
Foi luta, suor e sangue
Tudo se desmoronou
E como prêmio ainda quer
Ser nosso governador.
Temer, Monteiro, Fernando
O que podem nos ofertar?
Uma panela sem pão
Morrer sem se aposentar
Um lugar fétido, insalubre
Para grávidas trabalhar
Um fogão lá esquecido
Sem gás para cozinhar
E quem tiver um carro velho
Sem gasolina a encalhar.
Em troca chegam as migalhas
Nas vésperas das eleições
Um "satinho" com 50
Para o eleitor bobalhão
E para o bolso do "sabido"
O pacote é de milhões
E inocentes se acorrentam
Nos grilhões da Ditadura
Tenho raiva mas tenho dó
Dessas pobres criaturas.
Eu sei, mas não queria saber
Desse mundo tão imundo
Cego é quem não quer ver
Gente encima do muro
Nem sobe , nem quer descer
Hora morde, a outra assopra
Besta quem não perceber
Que os políticos de Orobó
Quase todos se moídos
Dá o sabor de um caldo só.
Um matuto inteligente
Se chama meu irmão João
Ele disse que se planta
Coisas que a terra dá
Fava ,milho, coentro, trigo
Para fome saciar
Mas não deve se plantar urtiga
Que é sarna pra se coçar
Assim também é político
Quer voto pra nos ferrar.
A gente vota nele aqui
E ele corre para lá
Se a vantagem for melhor
Volta de novo pra cá
Para o político é errado
O voto eleitor vender
Mas eles vendem os nossos
Antes mesmo deles ter
E se acham no direito
Se criticado, se ofender!
Quando passa o meu limite
Capaz de ser suportado
Somente poetizando
Desse jeito improvizado
É assim que desabafo
Nesses versos embaraçados
Acreditar nesse povo
E subir num barco furado
E se dependesse de mim
Já teriam era afundado.
Por Madalena França.
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