O fim da aventura Huck precipita definições de um quadro de uma sucessão presidencial fadada a permanecer com uma indefinição principal, até julho: se vai ou não se consumar o golpe da exclusão de Lula da disputa.
Ainda assim, sugere novas condições para o campo conservador, a mais evidente delas para um eventual reviver da candidatura de João Doria Júnior.
Embora já perdido o cheiro do verniz de novidade, é fato que Doria recebeu um pacote de sua farinata para alimentar suas últimas pretensões de ser candidato a Presidente, moribundas, mas ainda esperançosas de receber uma transfusão de sangue provinda de Michel Temer e de um PMDB com tempo de televisão, máquina partidária e sem candidato.
Alckmin, se ganha com o fim da possibilidade de que o “fernandismo” do PSDB vir a mergulhar do caldeirão, sabe que precisa “abrir o olho” com o temerismo crescente da ala mais governista do tucanato. Mas, sem dúvida, respira mais aliviado com a saída de Luciano Huck do páreo.
Bolsonaro, mais ainda porque, sem Huck, volta a ter expectativas de que, com a “roda presa” de Alckmin, só ele possa ser a “esperança branca” das próximas eleições. Com o animador de autitórios, seria impossível ou que já lhe é difícil: crescer além dos 15 ou 20% dos fanáticos envenenados pela mídia.
Creiam ou não, Bolsonaro torce para que Lula possa concorrer eque sua presença “justifique” uma alternativa feroz à direita.
O resto dos candidatos de si mesmos, a começar por Marina Silva – mas também Joaquim Barbosa – celebram a desocupação do salão da tolice e sonham em bailar pelo espaço vazio que Huck ocuparia.
Todos eles, porém, têm uma quase intransponível dificuldade. Ou nunca empolgaram, como Alckmin, ou tropeçaram na própria empolgação, como Doria, ou ainda despertou empolgações em fanáticos que criam medo, como Bolsonaro.
A direita não encontrou um novo Aécio e perdeu o antigo, que seria seu candidato natural se não tivesse aderido, desde 2014, ao golpismo que o tragou. Já tinha morrido, mesmo antes de ser sepultado dentro de uma mala da JBS.
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