Trazem os jornais que o governo revisou para pior as suas expectativas sobre os índices da economia em 2021.
A expressão é incorreta: já não são expectativas, porque faltam 44 dias para o final do ano e não vai acontecer o “milagre” de índices de inflação em novembro e dezembro que tenham o poder de reduzir o acumulado em 12 meses de 10,7% para 9,7% “oficialmente previstos”, sobretudo porque isso teria de acontecer com o índice de dezembro, porque já se sabe que a de novembro, na melhor das hipóteses, repetirá o índice de 0,89% de novembro de 2020.
Mas não são carregadas de menos de autoilusão as previsões de inflação (4,7%)e crescimento da economia (2,1%) para 2022, ano eleitoral.
A injeção líquida de recursos na economia, mesmo com o novo auxílio, vai cair, porque ele, apesar de mais robusto (400 reais contra os 250 pagos este ano), atingem menos da metade dos 39,4 milhões de beneficiários.
A retração dos investimentos parece dada e o movimento do PIB no terceiro e quarto trimestres devem ser nulos ou até negativos, sem repassar para o início de 22 qualquer tendência de alta.
A diferença da previsão oficial para a do mercado financeiro, no caso do próximo ano, é abissal: já está abaixo de 1% e, para bancos importantes, o PIB do ano que vem será levemente negativo.
A população, que mede a atividade econômica de maneira prática, já está se retraindo e, apenas para ilustrar, as entidades do comércio estão prevendo, pela primeira vez, queda nas vendas, em valor real (-6,5%), na Black Friday. Para acontecer o mesmo no Natal não é nem um pulinho.
O touro dourado – a insensibilidade do capital é um espetáculo – ganhou a merecida marca da palavra Fome.
Já na economia como um todo, a vaca é que parece caminhar para o brejo.
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