2o4.854 casos de Covid detectados em 24 horas. E sem autotestes para ajudar a chegar neste total.
E, a rigor, não ajudariam.
A Anvisa resolveu adiar a liberação dos chamados “autotestes” até que o governo defina quais são as ações de saúde públicas que o Ministério da Saúde pretende desenvolver com eles. Basicamente, a forma como os resultados serão comunicados às autoridades sanitárias.
O autoteste é, na maioria dos casos, igual aos testes aplicados em farmácias, que foram 558.647 entre 10 e 16 de janeiro dos quais 233.537 resultaram positivos para a presença do vírus.
Se estivessem sendo contabilizados – o Ministério não revela qualquer número sobre estes testes – teríamos um número de casos 35% maiores do que tivemos naquele período.
O autoteste não desempenha papel algum no controle da expansão da doença. Serve, quando muito, para que a classe média, que tem perto de R$ 50 para pagar por um deles, tomar decisões sobre visitar uma pessoa fragilizada (criança ou idoso, por exemplo) ou para decidir mandar filhos à escola. Útil, sim, mas inócuo para aquilo que precisamos agora, já.
Com cinco dias – período que dura o já mínimo afastamento dado hoje à Covid – isso quer dizer que um milhão de brasileiros terão de se afastar do trabalho, das ruas, do transporte coletivo.
Não podem ficar isolados assim, porque o país não admite interromper atividade que não sejam indispensável.
O resultado é que este numéro espantoso de casos, o dobro do que tivemos nos piores momentos da pandemia, tende a crescer.
As nossas autoridades públicas, porém, em sua criatividade genial acabam de criar o ‘bal masqué” nos desfiles de Carnaval, inventando um tosco corso de mascarados no desfile paulistano das escolas de samba.
É purpurina na N95 e o vírus evoluindo na avenida.
Se não morresse gente – e morre: 338, hoje – seria cômico. Mas é trágico.
Do Blog Tijolaço de Fernando Brito.
Postado por Madalena França
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