Do blog do Magno Martins
Por Márcio de Freitas*
Parte do eleitorado que votou em Dilma Rousseff (PT) em 2014, migrou para Jair Bolsonaro em 2018. Ameaça este ano votar em Luiz Inácio Lula da Silva. Eleitor não tem dono, mostram as urnas passadas. De nada adianta questionar o sistema eleitoral ou duvidar do resultado, como fez Aécio Neves em 2014 (PSDB). Cada candidato sabe a dor e a delícia de ser votado, ou não. Governante entrega realizações ou é entregue à realidade do ócio da falta de cargo eletivo.
A Justiça Eleitoral é apenas a instituição viabilizadora do sistema que permite a escolha dos governantes e de parlamentares. Mera ferramenta, disponível ao país de 220 milhões de habitantes com mais de 150 milhões de eleitores. Chega a todos municípios do país.
O desenvolvimento do sistema eletrônico de votação foi um avanço para enfrentar as fraudes e acelerar o processo de apuração, que podia demorar dias. Eventuais aprimoramentos são sempre necessários. Fiscalização é obrigação dos partidos políticos, das campanhas políticas e da sociedade civil organizada. Incomum seria o contrário.
Comum é o eleitor definir sua escolha diante da urna, por razões reais e palpáveis. O preço dos combustíveis, por exemplo. Inflação de dois dígitos é uma barreira significativa para vitória. Pode ocorrer, diante de um quadro de excepcionalidade. O cenário atual tem uma pandemia que não ocorria há mais de 100 anos, matando milhões no mundo e parando a cadeia de suprimentos desde a Ásia às Américas, com preços subindo em todo o mundo.
Contudo, o cidadão de Janaúba compra em Janaúba, e paga as suas contas com dinheiro recebido em Janaúba. Ele olha para Brasília como se tudo ali pudesse ser resolvido, como os gregos olhavam para o Monte Olimpo: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos... A evocação religiosa traz ainda mais esperança em milagres.
A coerência do discurso de candidato e as realizações de governo também são importantes. Empurrar ou reter propostas, projetos e ideias antes disseminas por opositores que governaram antes pesa muito na balança. Cuidado com estradas, segurança, saúde, educação podem definir a vitória ou derrota. Óbvio. Mas quando não se conecta uma coisa com outra, muitos candidatos ficam sem entender a razão elementar da derrota.
Postado por Madalena França
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