A proliferação de artistas importados do sul maravilha, sem a cultura do São João, nas últimas festas juninas, sem o viés e a poesia sertaneja, discriminando valores da terra, resultou numa música de protesto. Josildo Sá, Leninho de Bodocó e eu apresentamos, em primeira mão, "Me bote num buraco desse", na voz de Leninho.
A letra tem três digitais: as de Leninho, de Josildo e minha. A inspiração se deu em função de ver tanta gente boa, como Josildo e Leninho, excluídos da grade do São João pós pandemia nos mais diversos polos juninos do Estado. Contou Magno Martins.
Me bote num buraco desse é, ao mesmo tempo, um apelo aos que têm poder de mando em suas grades juninas, para que encontrem uma brecha, ou seja, um buraco para incluir nas festas quem canta, verdadeiramente, a nossa cultura, com zelo, amor e talento.
Confira a letra da música, que em breve ganhará uma versão em estúdio:
ME BOTE NUM BURACO DESSE
Leninho de Bodocó, Magno Martins e Josildo Sá
Tá chegando com abril à neblina e o edital
? são João pra todo canto, do sertão a capital
Só não sei se tem forró, sanfoneiro e arrasta pé
Quadrilha, bacamarteiro, Triangueiro e zabumbeiro.
Eles falam que é São João, mas será mesmo se é?
Não sou tatu meu senhor, mas me bote num buraco desse
Não sou do sul e sei que dinheiro pouco não gera interesse
Só sou mais um cantador, que busca o claro, nessa noite escura
Um trovador que traz no coração a força que vem da lua.
Da rua não sou não senhor, trago o cheiro da roça nos versos que faço.
Não sou tatu meu senhor, mas te peço por favor, me bote nesse buraco.
Me bote num buraco desse
No polo, no palco, praça ou palhoção.
Me bote num buraco desse;
Mas não deixe o forró fora do meu São João
Postado por Madalena França
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