10/05/2015 20:08
O famoso castelo do bairro dos Campo Elíseos, no Centro, é conhecido como mal-assombrado
Por: Filipe Sansone
fillipe.sansone@diariosp.com.br
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Após inúmeras tentativas e anúncios de reformas que não vingaram, o castelinho da Rua Apa, no bairro dos Campos Elísios, no Centro, finalmente deve ser restaurado. O custo da obra do local, que tem a fama de ser mal-assombrado, está estimado em R$ 2,6 milhões e foi solicitado pela Secretaria Estadual de Defesa da Justiça e da Cidadania ao FID (Fundo de Interesses Difusos). Ainda não há prazo para o início da reforma, mas já se sabe para qual fim o imóvel será utilizado.
De acordo com a secretaria, o local será voltado para “a inclusão social por meio da educação e formação profissional através de trabalhos de artesanato, atendendo especialmente as pessoas em situação de vulnerabilidade social, como crianças, moradores de rua, dependentes químicos e catadores de papel”.
A coordenadora do projeto social após a reforma do castelinho será Maria Eulina dos Reis Hilsenbeck, de 64 anos, fundadora do Clube das Mães do Brasil. A entidade, que funciona no local desde 1997, tem ações como aulas de corte e costura e confecção de bolsas por meio de restos de banners.
A ONG, que fica em um prédio anexo ao castelinho, ainda serve almoços para moradores de rua às quintas-feiras e sábados e café da manhã e jantar para esse público todos os dias.
Em uma primeira etapa será restaurada a fachada do imóvel, e depois, por meio de uma pesquisa histórica, os arquitetos vão tentar recuperar a aparência original do castelinho.
“Quem está lutando por essa obra há anos somos nós da ONG Clube das Mães do Brasil e o castelinho vai ser um anexo da nossa ONG. Ainda não sabemos quando a reforma deve começar, mas estamos bastante esperançosos para que esse local fique bonito novamente”, disse Maria Eulina. A reforma do anexo onde funciona a ONG não foi incluída no projeto.
Família morta/ O castelinho ganhou notoriedade no final dos anos 1930 após se tornar cenário do assassinato da família Reis, no qual morreram a mãe, Maria Cândida, e os dois filhos, Armando e Álvaro. O prédio fica ao lado do Minhocão, na esquina da Rua Apa com a Avenida São João.
Castelinho faz parte da história da capital paulista
O castelinho da Rua Apa permaneceu desocupado por quase 60 anos, após o assassinato da família Reis, que chocou a cidade de São Paulo em 1937. O imóvel só voltou a ser ocupado em 1997 pela ONG Clube das Mães do Brasil, que realiza projetos sociais em um edifício anexo ao histórico.
As pessoas que passavam na frente do local na última quinta-feira ouvidas pelo DIÁRIO concordam que o local tem histórico macabro, mas são a favor da restauração.
“É um marco na cidade. Deveriam restaurar e fazer uma espécie de noites do terror aqui”, disse a enfermeira Tatiana Garcia.
O segurança Severino Ramos Bento, de 46 anos, concorda. “Esse local ficou famoso pelo crime, mas faz parte da história da cidade e precisa ser revitalizado.”
Mais três projetos serão financiados
A Secretaria Estadual de Defesa da Justiça e da Cidadania, por meio do Fundo de Interesses Difusos, vai financiar outros três projetos. O primeiro, da Adeva (Associação de Deficientes Visuais e Amigos), visa a qualificação de cegos para o mercado de trabalho e o investimento é de R$ 2,66 milhões.
O segundo, da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente ), vai formar professores para o atendimento educacional integral ao aluno afetado pela distrofia muscular no qual serão investidos R$ 2,9 milhões.
E último, da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, tem o objetivo de equipar bibliotecas públicas para acessibilidade de pessoas com deficiência visual e motora e custará R$ 2,3 milhões.
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