KATMANDU - Quando milhares de pessoas achavam que a tragédia passara e haviam retornado a suas casas, um novo terremoto de 7,3 graus sacudiu a região do Nepal, matando ao menos 68 pessoas - 17 delas na Índia e uma no Tibete - e deixando mais de 1.100 feridas nesta terça-feira. O novo tremor vem menos de três semanas depois de um abalo devastador que matou mais de 8 mil pessoas e danificou centenas de milhares de edifícios.
Com equipes de resgate dos EUA, Índia e China no país, os trabalhos de resgate e atendimento aos feridos começaram imediatamente, ao contrário do que ocorreu no terremoto anterior. Em momento, feridos começaram a ser levados dos distritos mais distantes a Katmandu. Por todas as áreas afetadas, os nepaleses começaram a remontar acampamentos improvisados, depois de muitos terem sido desmontados nos últimos dias. (Vídeos mostram avalanche, desabamentos e pânico)
- Numa hora de desastre natural como esta, temos que enfrentá-la com coragem e paciência - pediu o primeiro-ministro do Nepal, Sushil Koirala, reconhecendo que seu governo está sobrecarregado pelo tamanho do desafio.
Dolakha e Sindhupalchowk, distritos duramente atingidos no tremor anterior, foram novamente golpeados. Cinco pessoas morreram em Chautara, em Sindhupalchok, ao norte da capital Katmandu, depois que vários prédios desabaram, informou um porta-voz da Organização Internacional para a Migração. Mais seis foram mortas em Dolakha, perto do epicentro, disse uma testemunha, acrescentando que equipes de resgate estavam tentando alcançar três pessoas presas em uma casa. Na capital, três pessoas morreram, informou um oficial da polícia à agência Reuters.
- Eu ainda posso ver grandes nuvens de poeira, enquanto deslizamentos continuam a ocorrer - disse por telefone ao "The New York Times" Bharat Shrestha, que participa dos trabalhos de resgate em Chautara. - A principal estrada que leva a Chautara está completamente bloqueada por destroços.
Desde o dia 25 de abril, os nepaleses temiam que um novo e forte terremoto pudesse atingir a região e que os edifícios que restaram, muitos dos quais danificados, não resistissem. Um engenheiro americano que inspecionou prédios em Bhaktapur, perto de Katmandu, depois do primeiro tremor disse que um terço deles deveria ser demolido. Mesmo assim, muitos voltaram para suas casas por não suportarem mais os acampamentos ou por acharem que o perigo maior havia passado.
- O tremor foi tão forte que você não conseguia andar mesmo que quisesse - contou Olga Fagan, porta-voz do Escritório para a Coordenação de Questões Humanitárias da ONU à CNN após o terremoto desta terça-feira. - Não acredito que ninguém vá dormir dentro de casa hoje.
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