22/05/2015 11:09
Governo deixa para a próxima semana análise da medida provisória que dificulta acesso ao benefício
Por: Diário de S. Paulo
O Senado adiou para a próxima terça-feira a votação da medida provisória que endurece as regras do pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial. Com risco de a MP ser derrubada, o pedido para discutir o assunto na próxima semana foi feito pelo próprio líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS).
Mais cedo, manifestantes voltaram a jogar, das galerias, notas de dólares com a foto da presidente Dilma Rousseff . Desta vez o alvo foi o líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE). O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou os sindicalistas saírem das galerias.
Antes de a sessão começar, um grupo de 11 senadores anunciou que votará contra a medida. O grupo é formado por parlamentares do PT, PMDB, PSOL, PDT e PSB. Eles lançaram um manifesto contra o ajuste fiscal, assinado inclusive por ex-ministros do governo Lula e por entidades como a Força Sindical, CUT e MST.
O senadores, em claro tom de ameça, ainda avisaram o Palácio do Planalto que também poderão votar contra outra medida provisória do ajuste fiscal (que torna mais rígida a concessão de pensão por morte e auxílio-doença) caso Dilma vete a criação da regra 85/95 para as aposentadorias, uma alternativa aprovada pela Câmara, na semana passada, ao fator previdenciário.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi o mais enfático nas críticas à política econômica e esbravejou contra o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Esse ajuste é um samba de uma nota só: só se fala de corte, corte, corte. Para esse governo dar certo, terá de mudar a política econômica”, gritou na tribuna. “Há três meses que pedimos medidas para o andar de cima. Mas não há medidas para os mais ricos”, continuou.
O senador Paulo Paim (PT-RS) reforçou que a “decepção” não é com a Dilma, mas sim contra o ajuste fiscal. “Não é rebelião. Mas o abono é constitucional e mais de dez milhões de pessoas ficarão sem ele. Quanto ao fator, se o governo vetar a fórmula 85/95, será um equívoco histórico e o veto vai cair aqui”, prometeu.
“Vamos votar contra porque o governo é o único responsável pela crise. Os caminhos que a presidente aponta para tirar o Brasil da crise é punir o trabalhador”, disse o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB). Prevendo mais uma derrota, o governo decidiu se mexer e pediu o adiamento da votação.
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