16/05/2015 18:00
Pesquisa indica que quase um quarto dos brasileiros adultos têm pressão alta, e muitos não sabem
Por: Maria do Carmo Caçador
Especial para o BOM DIA e Agência Brasil
Especial para o BOM DIA e Agência Brasil
Dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) divulgados esta semana indicam que 24,8% da população brasileira adulta têm pressão alta. Os números mostram que as mulheres são maioria. Elas respondem por 26,8% dos casos, enquanto os homens são 22,5% dos registros.
O estudo revela ainda que a população brasileira apresenta baixa percepção sobre o consumo de sal em excesso, já que 47,9% dos entrevistados consideram o seu consumo adequado. Apenas 2,3% admitem ter consumo muito alto. Para 13,2%, o consumo é alto.
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Deborah Malta, lembrou que doenças crônicas como a hipertensão respondem por 72% das causas de morte na população brasileira. Segundo ela, os fatores de risco incluem o uso de tabaco, o consumo de álcool e a alimentação inadequada, com ingestão de comidas com muito sal, carnes com gordura e de açúcar em excesso.
“Mais da metade da população de idosos brasileiros têm pressão arterial elevada. A retirada do sal dos alimentos terá impacto fundamental”, afirmou Deborah Malta.
Doença silenciosa / De acordo com o cardiologista Alberto Bartolini, é preciso ficar atento a alguns sintomas, já que a pressão alta é silenciosa. “A prevenção no caso da pressão alta é fundamental. Esse acompanhamento pode detectar a doença em um estágio inicial e procurar o médico só quando a doença já está instalada dificulta o tratamento, além de haver consequências em outros órgãos, além do coração, como os rins. Além disso, a aceitação da doença é fundamental, pois muitos indivíduos negam a pressão alta mesmo sabendo que os pais já a tiveram, os irmãos já têm e os sintomas estejam presentes, e não levam em conta esse histórico colocando em risco a própria vida”, afirmou o médico.
Professora adquiriu hábitos mais saudáveis com a doença
A família da professora Lilian Pacheco dos Santos mudou de hábitos após ela descobrir a doença. “Meus pais já sofriam com isso, eu sempre tive problema com meu peso, mas não me importava muito com a pressão.”
Desde o nascimento de Melissa, a primogênita, ela passou a se cuidar um pouco mais. “Mas durante a minha segunda gravidez é que realmente comecei a me preocupar porque passei a ter pressão alta. Depois que a Linda nasceu tivemos que nos adaptar a outra realidade.”
Ela conta que o principal foi ter cortado sal e ter adquirido o hábito por alimentos mais saudáveis. “Passamos a consumir mais legumes e verduras e desde então tenho controlado minha pressão. Já faz uns bons anos que não tenho crises com a doença, mas nem por isso deixo de consultar meu médico.”
O problema
A doença decorre da alta pressão que o sangue exerce para circular nas artérias. Em quase 100% dos casos não há uma causa definida. Quando a pressão atinge um valor igual ou maior que 14 por 9 é necessário tomar medidas para controlá-la. Apesar de na maioria das vezes ela ser silenciosa, algumas pessoas podem sentir dores de cabeça, no peito, tonturas, insônia, zumbidos.
Alimentação
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, reforça a recomendação para que o brasileiro evite o consumo de alimentos processados, priorize o consumo de alimentos in natura e fique atento no preparo das refeições. "É fundamental que se tire o saleiro da mesa, seja ela de casa ou do restaurante", acrescentou o ministro.
Menos sal
O Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação, conseguiu retirar mais de 7 mil toneladas de sódio do mercado nos últimos três anos.
prevenção
De acordo com os médicos, a prevenção com alimentação saudável e consultas de rotina ajudam a evitar ter problemas com a pressão alta
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