A sessão da votação prévia do impeachment da presidente afastada, Dilma
Rousseff, que acontecerá nesta terça (9), terá seu início marcado por vários
questionamentos feitos pela oposição ao presidente interino, Michel Temer.
Um deles será a tentativa de adiar a sessão.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), é um contrassenso
que a petista vá a julgamento no momento em que o seu substituto é acusado
de ter pedido "apoio financeiro" para o PMDB a Odebrecht, que teria repassado
R$ 10 milhões em dinheiro vivo a integrantes do partido em 2014. A informação
foi publicada pela revista "Veja" na edição deste sábado (6).
"Nós temos uma presidente julgada que poderá perder o seu mandato por ter
editado três decretos de suplementação orçamentária e ter praticado o que
eles chamam de pedaladas fiscais, enquanto o interino é acusado de propinas e caixa dois em valores tão elevados", disse.
De acordo com Costa, os partidos de oposição apresentarão, pelo menos, 11
questões de ordem no início da sessão, o que pode tomar cerca de três horas
do processo de votação, estimado para durar mais de 20 horas. Dentre os
questionamentos, os senadores devem pedir algumas mudanças no rito da
votação e a suspensão de alguns trâmites.
A sessão de votação da pronúncia do réu está marcada para começar às 9h
desta terça. Durante o dia, falarão os senadores, o relator do processo, Antonio
Anastasia (PSDB-MG), os advogados da defesa e da acusação. A sessão será
aberta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que passará o
comando da votação para o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Pela
legislação sobre o impeachment, ele é o responsável por comandar o processo.
Se a maioria simples dos parlamentares -41 de 81 senadores- votar pela
continuação do processo, Dilma se tornará ré de fato e Lewandowski marcará
a data para o julgamento final, que deve acontecer por volta do dia 25 de agosto.
Costa reconhece uma derrota da petista nesta fase, já que a oposição não
conseguirá atingir a marca mínima de apoio necessário. Mas, de acordo com ele,
ainda há possibilidade de que eles consigam os 28 votos para o julgamento final.
Nesta fase, é preciso que haja o apoio de dois terços dos senadores para a
cassação definitiva da presidente, ou seja, 54 votos dos 81 senadores.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da oposição no Senado, afirmou também
que o PT irá ao STF (Supremo Tribunal Federal) ainda nesta tarde para pedir a
suspensão do processo. "Se a presidente Dilma for afastada definitivamente,
Temer vai ganhar imunidade constitucional e não poderá ser investigado por
esses R$ 10 milhões. O voto do senador agora não é um voto que só afasta a
presidente Dilma. É um voto que blinda ou não Michel Temer", disse.
Com informações da Folhapress.
Sem comentários:
Enviar um comentário