sexta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Sob vaias, ministro faz discurso contra Raduan Nassar no Prêmio Camões
O escritor brasileiro Raduan Nassar, vencedor do Prêmio Camões de Literatura, concedido anualmente a um escritor de língua portuguesa, criticou o governo de Michel Temer durante seu discurso, em cerimônia realizada nesta sexta-feira (17), no Museu Lasar Segall, em São Paulo.
"Infelizmente nada é tão azul no nosso Brasil. Vivemos tempos sombrios", disse Nassar, se referindo ainda a Roberto Freire, presente à cerimônia, como "ministro do governo em exercício."
Raduan Nassar criticou ainda a indicação de Alexandre de Moraes, apontado por ele como uma "figura exótica", para a vaga do STF.
"Infelizmente nada é tão azul no nosso Brasil. Vivemos tempos sombrios", disse Nassar, se referindo ainda a Roberto Freire, presente à cerimônia, como "ministro do governo em exercício."
Raduan Nassar criticou ainda a indicação de Alexandre de Moraes, apontado por ele como uma "figura exótica", para a vaga do STF.
O discurso foi encerrado com a frase: "o golpe estava consumado, não há como ficar calado". Em seguida, gritos de "Fora, Temer!" foram ouvidos, junto a aplausos. Raduan ainda elogiou a ex-presidente Dilma, a quem chamou de íntegra. "Não há como ficar calado", concluiu.
Roberto Freire
O ministro Roberto Freire reagiu, afirmando à plateia: "Estamos vivendo um momento democrático e que é muito diferente do período de ditadura", sendo em seguida vaiado. Ele classificou o discurso como "estultice", afirmando que "é fácil fazer manifestação num governo como este, democrático". "É um adversário recebendo um prêmio e um governo que ele considera ilegítimo", disse Freire, debaixo de vaias e gritos da plateia. "Quem dá prêmio a adversário político não é a ditadura", prosseguiu.
Raduan Nassar foi escolhido, ainda durante o governo Dilma, por unanimidade, e se tornou o 12º brasileiro a receber o prêmio, considerado o mais importante da língua portuguesa. Leia e ajude a compartilhar: Quando se trata de tucanos e aliados, Justiça mostra que a lei não é a mesma para todos