O Ministro Gilmar Mendes deu entrevista à Fel-lha em que chama o Moro de "sequestrador", ao fazer os presos de "reféns" e de ser um operador do PiG, ou seja, da Globo:
Como tem sido divulgado [por integrantes da Lava Jato], o sucesso da operação dependeria de um grande apoio da opinião pública. Tanto é assim que a toda hora seus agentes estão na mídia, especialmente nas redes sociais, pedindo apoio ao povo e coisas do tipo.
É uma tentativa de manter um apoio permanente [à Lava Jato]. E isso obviamente é reforçado com a existência, vamos chamar assim, entre aspas, de reféns.
O reféns seriam os presos?
Os presos. Para que [os agentes] possam dizer: "Olha, as medidas que tomamos estão sendo efetivas". Não teria charme nenhum, nesse contexto, esperar pela condenação em segundo grau para o sujeito cumprir a pena.
Tudo isso faz parte também de um jogo retórico midiático.
Agora, o apoio da opinião pública é importante porque se trata também de um jogo de poder. Você está confrontando gente com poder econômico, influência política.
Além disso, o Ministro Gilmar Mendes, acusou o Ministro Fachin de covarde, ao votar contra a soltura de José Dirceu e pedir para Antonio Palocci ser julgado pelo pleno do Supremo e não na turma que soltou Dirceu:
A tentativa de jogar a opinião pública contra juízes parece legítima no jogo democrático. Mas ela não é legítima quando é feita por agentes públicos. O que se quer no final? Cometer toda a sorte de abusos e não sofrer reparos.
Há uma frase de Rui Barbosa que ilustra tudo isso: o bom ladrão salvou-se mas não há salvação para o juiz covarde.
Há juízes covardes no STF?
Quem age temendo esse tipo de pressão obviamente não tem estatura para estar no Supremo.
Mas há na Corte magistrados sujeitos a essas pressões?
Não vou emitir juízo.
Quem fica com medo de pressão e xingatório ou age para agradar a opinião pública, sabedor de que de fato a matéria justifica uma outra decisão, obviamente não está cumprindo o seu dever.
O que o senhor achou da decisão do ministro Edson Fachin de retirar o julgamento de um habeas corpus de Antonio Palocci da 2ª Turma e levar ao plenário do STF?
Não é incomum esse tipo de prática dentro de pressupostos processuais. Se eu fosse fazer um reparo, é de forma: a questão teria que ser conversada na turma. E evidentemente isso não pode virar uma prática, de toda vez que [um ministro] entender que possa ficar em desvantagem na turma, leve o tema ao plenário.
Se esse debate continuar, daqui a pouco vai ter gente dizendo em que turma quer ser julgado. Assim como se diz "ah, a 2ª Turma é liberal", alguém poderá dizer "a 1ª Turma é uma câmara de gás".
E chamou o Procurador Janot de leviano e oportunista, ao pedir que Gilmar saia do julgamento de Eike Batista:
(... ) o escritório em que ela (mulher de Gilmar - PHA) trabalha (Sergio Bermudes, aquele que liga para o Ministro Gilmar três vezes por dia - PHA) representa Eike Batista em processos cíveis, o que não tem nada a ver com o tema colocado. Nem cogitei de impedimento até porque não havia. Eu já tinha negado habeas corpus do Eike. E ninguém lembrou que eu poderia estar impedido. Isso mostra a leviandade e o oportunismo da crítica.
Em tempo: não deixar de ler no Conversa Afiada: a estratégia do Ministro Gilmar é trancar o petismo na Lava Jato e deixar os Golpistas do lado de fora. Sobre o óbvio tema, a Fel-lha, onde os entrevistadores são piores que os entrevistados, não perguntou nada - PHA. https://www.conversaafiada.com.br/brasil/gilmar-acusa-moro-de-sequestrador
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