247 - Em entrevista ao Diário do Centro do Mundo a promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Lúcia Helena Barbosa de Oliveira criticou duramente o sistema de Justiça brasileiro. Segundo ela, "a Justiça enxerga muitíssimo bem quem são os amigos e quem são os inimigos. Blinda os amigos e persegue os inimigos".
Para a promotora, "não existe neutralidade no direito". "Porque a gente sempre julga com as opções que faz na vida. Então, é impossível apreciar um fato sem considerar, por exemplo, que você é branco, homem, membro de uma oligarquia, ou que foi ligado ao PSDB, ou que você é muçulmano, cristão etc. É impossível se desvencilhar disso tudo. A minha perplexidade é, então, falar de uma coisa que, como teórica do direito, não existe. Não existe uma neutralidade", destacou.
Para ela, esta tendência aparece na Lava Jato que, em sua análise, "parece uma iniciativa autoritária, dentro de uma configuração antidemocrática e fascista. Eu diria que a Lava Jato destruiu o parque da engenharia civil brasileira, a indústria naval, um estrago muito grande". "É uma força-tarefa que nasce maculada pela parcialidade", completa.
Para a promotora, "o pensamento autoritário está por trás da manutenção de prisões por prazos dilatados, para arrancar do preso delações que confirmem a verdade delirante e, assim, como a Lava Jato tem se comportado.Recentemente submetida a júri popular, a operação foi condenada e a pena convertida em medida de segurança, que é determinada quando o réu, no caso, a ré (a operação Lava Jato) apresenta problemas mentais e precisa de tratamento", avalia. Leia a íntegra da entrevista.
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