Pesquisar neste blogue comdeuseaverdadedeorobo

sábado, 21 de outubro de 2017

Promotoria questiona negócio de irmã de Gilmar Mendes em Mato Grosso






Não faltam referências ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e a sua família na Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) de Diamantino, alvo de um inquérito civil do Ministério Público Estadual (MPE).

Na placa que oficializa a estatização do campus, datada de 16 de setembro 2013, lê-se que "temos de agradecer à família Mendes, em especial ao ministro do STF Gilmar Mendes, pelo esforço em construir uma sociedade mais justa e igualitária por meio da oferta do ensino superior".

Dois meses meses antes, a instituição, que oferece direito e outros três cursos, havia sido vendida por R$ 7,7 milhões ao governo estadual, comandado na época por Silval Barbosa (PMDB).

Até então, tinha o nome de Uned (União de Ensino Superior de Diamantino) e era comandada pela irmã de Gilmar Mendes, Maria Conceição Mendes França.

O ministro foi um dos sócios-fundadores, em 1999. No ano seguinte, se desligou formalmente dela, repassando sua parte à irmã. Costumava, no entanto, participar de eventos. A 180 km ao norte de Cuiabá, Diamantino, cidade natal de Gilmar, tem 21 mil habitantes e já foi administrada pelo avô, pelo irmão e pelo pai, Francisco Ferreira Mendes –este empresta o nome ao campus.

Responsável pela estatização, Barbosa está em prisão domiciliar após quase dois anos preso. Para conseguir o benefício, admitiu, em delação premiada, desvios que somam R$ 1,03 bilhão, segundo a Controladoria-Geral do Estado.

Lotado em Diamantino, o promotor Daniel Balan Zappia abriu um inquérito civil para investigar a compra, em meio a indícios de que a transação tenha ocorrido de forma apressada, sem estudo prévio.

Até hoje, por exemplo, não houve concurso público para professores e outros funcionários. Quase todos têm contrato temporário –os poucos concursados pediram transferência de outros campi a Diamantino.

Ouvidos pela reportagem, estudantes que ingressaram antes da estatização foram unânimes em afirmar que a qualidade dos professores caiu bastante. Um deles lembrou que o ex-procurador da República e atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), ensinou direito constitucional ali.

A acanhada biblioteca não dispõe de dinheiro para renovar o acervo. Durante um evento recente, os alunos de direito tiveram de comprar livros indicados por professores em lugar de pagar a inscrição –a fórmula encontrada para atualizar as estantes.

Recentemente, a ONG Moral, com sede em Cuiabá, entrou com uma representação no Ministério Público Federal para que o órgão investigue a compra da Uned dentro dos processos contra Barbosa e contra o então presidente da Assembleia, José Riva (PSD). O ex-deputado ganhou a alcunha de "maior ficha suja do país" por responder a mais de cem processos.

O advogado que intermediou a delação de Barbosa, Délio Lins e Silva, afirmou que a Procuradoria-Geral da República já questionou seu cliente sobre a Uned. O ex-governador teria negado qualquer irregularidade na estatização.

Gilmar, que descerrou a placa em sua homenagem durante cerimônia ao lado de Barbosa e Riva, afirma que não se envolveu mais com a administração da universidade desde que deixou a sociedade. - Veja quem é o tucano que em 3 anos sem trabalhar recebeu mais de um milhão. Leia aqui

Sem comentários:

Bolsonaro admite pedir refúgio em embaixada para evitar prisão por trama golpista

  O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu em entrevista ao UOL a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso tenh...