Divulgado ontem à noite, só no Estadão, graças a Jamil Chade, seu ótimo correspondente na Suíça, teve algum destaque o relatório da Organização Mundial do Trabalho que aponta o desemprego entre os jovens no Brasil tendo alcançado sua maior taxa em 27 anos: 29,9%, duas vezes maior que a média mundial, de cerca de 13,1%”.
Ainda não deu tempo de ler o relatório na íntegra (aqui, em inglês), mas um rápido olhar já revela o quanto a recessão influiu nisso, como destaca Chade:
A queda do crescimento da economia brasileira, informalidade e as incertezas de investimentos teriam gerado o salto no desemprego dessa camada nos últimos anos, ainda que o pico possa já ter sido atingido. “Houve uma enorme desaceleração de alguns países, entre eles o Brasil”, disse a diretora de Política de Desenvolvimento e Emprego da OIT, Azita Awad.
A situação é tão ruim aqui quanto em países que vivem uma situação de guerra ou de devastação:
Hoje, entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, apenas 36 delas tem uma situação pior que a do Brasil para os jovens. Na Síria, por exemplo, a taxa de desemprego entre os jovens é de 30,6%, contra 34% no Haiti.
Depois, trato de algo que o relatório revela claramente: o grau de desqualificação do jovem brasileiro para o trabalho, que não apenas eleva o desemprego quanto, também, influencia na qualidade dos postos de trabalho que lhe estão acessíveis.
Para um país que paralisou a criação de centros públicos de educação tecnológica, acabou com o Ciência Sem fronteiras e que tem o ensino profissionalizante fortemente apoiado na estrutura de um Sistema “S” (Senai e Senac, principalmente) entregue a uma visão mercantilista, é a garantida de que aquilo que está ruim, assim, vai piorar.
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