No Painel, da Folha, sai a notícia de que o ministro Alexandre de Moraes pediu para colocar na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal uma velha ação, que dormitava nos escaninhos de Suas Excelências, que questiona a legalidade de o Congresso mudar o sistema de governo para parlamentarista, mesmo ele tendo sido rejeitado pelos brasileiros em 1993, por mais de dois para um.
É impressionante que queiram fazer de novo, agora sem plebiscito, a cassação do voto direto da população.
A frase teria de mudar: “eu sou golpista e não desisto nunca”.
Pergunte à pessoa mais simples que você conheça se ela concorda que em lugar de escolher quem governará com o seu voto, ela prefere que os deputados escolham. Talvez ela não precise nem responder, é só ver como seus olhos vão se arregalar.
Aliás, basta pensar que esta mesmíssima Câmara dos Deputados que aí está elegeria, tranquilamente, Eduardo Cunha como Primeiro-Ministro, como o elegeu, com folga, para dirigir a Casa.
Alexandre de Morais, colocado por Michel Temer no STF e tucano de carteirinha, garimpou o “tesouro” judicial, herdado por ele do espólio de Teori Zavascki , que data de 1997. É que, naquele ano, o hoje ex-ministro Jaques Warner quis evitar uma manobra do agora ex-tucano Eduardo Jorge, que pretendia implantar a mudança – sem voto popular – para eternizar o domínio tucano sobre o país.
Agora, o problema é a falta de candidato que represente, com chances, o conservadorismo em 2018.
O diligente ministro Morais soprou a poeira da ação judicial e pediu a Cármem Lúcia que marque a votação. Não é possível saber se chegarão ao descaramento de permitir que os deputados, literalmente, legislem em causa própria aquilo que foi rejeitado pelo voto popular – tinha uma história de “todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”, lembra?
Como, deste Congresso e da Justiça tudo o que emana é fedor, sabe-se lá o risco que corremos.
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