O campus da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) na cidade de Guarabira registrou uma confusão que ganhou repercussão nacional. O caso aconteceu na última semana.
Tudo começou quando uma policial militar, que é aluna do curso de Direito, apresentou-se fardada e armada para prestar uma prova em sala de aula.
A professora da disciplina impediu a entrada da estudante e deu-se início uma discussão. A confusão envolveu outros policiais militares que estudam na UEPB. Eles tentaram invadir o campus, mas foram impedidos pelo coordenador do curso.
Em nota, a UEPB afirma que a universitária foi orientada a registrar a reclamação formalmente na coordenação do curso.
A Caixa Beneficente dos Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Bombeiro Militar da Paraíba diz que vai buscar todos os meios jurídicos cabíveis contra a professora que impediu o acesso da policial à sala de aula porque estava fardada.
Agassiz Almeida, chefe adjunto do curso de Direito da UEPB, defendeu a atitude da professora e afirmou que “existe uma discussão jurídica se um policial pode ou não pode, estando de serviço, armado e fardado, entrar em uma sala de uma universidade”.
Professora
A professora que impediu a entrada da policial apresentou a sua versão dos fatos.
“Não houve constrangimento, não pedi para ela tirar farda, não fiz nada disso. […] apenas pedi que ela deixasse a prova para repor, já que ela estava de serviço”, disse a docente.
Alvoroço na direita
Grupos conservadores usaram as redes sociais para compartilhar o caso à exaustão. “Absurdo!”, escreveu o Movimento Brasil Livre (MBL) em sua página.
Para o ex-ator pornô Alexandre Frota, a policial não seria impedida de fazer a prova caso se apresentasse despida diante da docente.
“Se ela quisesse entrar nua na sala e dissesse que era uma performance, seria proibida?”, questionou o ator, em tom de protesto.
Guru da direita brasileira, Olavo de Carvalho escreveu: “O raciocínio é simples. O meio acadêmico tem hegemonia esquerdista. Esquerdistas odeiam policiais. Fim.”
Outra confusão
Dias antes, no mesmo campus, outro caso envolvendo um policial, uma estudante e um professor levou a Polícia Militar a instaurar um procedimento administrativo. Na ocasião, o policial tentou prender a aluna e o docente.
A confusão ocorreu durante o 2º Simpósio de Gênero, Sexualidade e Educação no Campus. O professor Waldeci Ferreira relatou que um policial militar tentou prender em flagrante uma estudante do curso de Letras que estava escrevendo mensagens em uma parede destinada à livre expressão de opinião e manifestação cultural e artística.
O argumento do policial, conforme explicou o professor, foi de que a aluna estava depredando o patrimônio público. Porém, o diretor do Centro de Humanidades (CH) explicou que aquele espaço havia sido reservado àquele fim em consenso, após reivindicação da comunidade acadêmica.
Por defender a atitude a aluna, o professor também recebeu voz de prisão — sob o argumento de que ele estaria incentivando a depredação do patrimônio público.
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