- Fernando Brito
- 17/10/2020
- 7:56 pm
A brutal e imediata reação do mercado financeiro, pela boca de Rodrigo Maia, recusando-se a discutir a hipótese de prorrogação do “Orçamento de Guerra” dá ideia do curioso embate que se enfrentará na política.
Guedes e Rodrigo Maia, que passaram meses às turras, voltaram a ser rancorosos aliados. Bolsonaro, que diz que “não há possibilidade” de estender o auxílio, abana o Centrão para prorrogar a emergência que, ele crê, lhe dá popularidade para “pedir a Deus” para continuar presidente em 2023.
O “Centrão” e sua parte no Governo querem a continuidade, com ou sem recursos no Orçamento, do auxílio emergencial; mercado e outra parte do Governo, a do minguante Paulo Guedes, quer fingir que tudo volta a ser como antes no quartel da austeridade fiscal.
Até a realização das eleições municipais, é claro, nenhuma decisão será tomada e, recolhidos os votos, é possível que arrefeça o ânimo dos pregadores da continuidade do auxílio.
Mas, como se disse no post anterior, há um nó na gestão da política econômica que tem muito poucas possibilidades de ser desatado por consenso.
No início, porém, o mais provável é que Bolsonaro mantenha uma oposição falsa ao crescimento das despesas públicas e siga proclamando sua adesão incondicional ao teto de gastos.
Mas ninguém acredita que, como em tantas outras vezes, seja um juramento em falso.
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