A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), ao analisar o uso eleitoreiro do programa Auxílio Brasil, diz que o presidente Jair Bolsonaro vai dar com os burros n’água em 2022.
Segundo a dirigente petista, Jair Bolsonaro subestima a inteligência do povo brasileiro e comete um equívoco ao considerar que a execução de um programa eleitoreiro como o Auxílio Brasil poderá recuperar sua popularidade e render votos, após promover o aumento da fome e da miséria no Brasil. A avaliação Gleisi Hoffmann foi reverberada numa entrevista à Folha de S. Paulo, publicada neste domingo (24/10).
“É o velho preconceito da visão do Bolsonaro de que voto se compra”, afirmou Gleisi. Na entrevista, a petista reiterou o compromisso do PT com um projeto de reconstrução nacional, que será implementado a partir de uma eventual vitória do partido nas eleições de 2022. A estratégia também inclui uma ampliação da bancada partido no Câmara para garantir a aprovação de projetos de interesse nacional. Hoffmann criticou duramente a extinção do Bolsa Família, um programa que articulava ações de combate à miséria e que ajudou a tirar o Brasil do Mapa da Fome, em 2014.
“O problema é que o Bolsonaro não está só trocando de nomes, ele está destruindo os programas”, afirmou. “É o que ele está fazendo com o Bolsa Família agora, que sempre foi um programa estruturado e está relacionado com um conjunto de outras medidas para ajudar a tirar pessoas da miséria. É um profundo desrespeito com o povo brasileiro ele achar que, dando um aumento num programa como esse, ele vai ter benefício eleitoral”, ressaltou a deputada.
“Bolsonaro nunca defendeu o Bolsa Família. Ele só está se preocupando agora com o programa, porque isso, na cabeça dele, pode gerar dividendos eleitorais. Nós vamos apoiar o aumento de valor [do auxílio]. E vamos continuar defendendo o nosso projeto apresentado em 2020, que é o do Mais Bolsa Família, que prevê o valor de R$ 600”, explicou. “O Bolsonaro, assim como muitos que o apoiam, tem preconceito contra os pobres”, apontou, destacando que o plano eleitoreiro não gera voto, necessariamente. “Não é automático”, observou. “É desconsiderar a capacidade crítica da população. A população, claro, quer um valor maior, precisa disso, mas sabe que isso não vai resolver o problema dela e não está vendo no governo outras alternativas para saídas da crise”.
Nesta segunda-feira (25/10), Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que remaneja um saldo de R$ 9,3 bilhões do Orçamento do Bolsa Família para o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil. Na prática, como denunciou Gleisi Hoffmann, o presidente da República extingue o Bolsa Família criado na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro acredita numa jogada de marketing, trocando o nome de Bolsa Família por Auxílio Brasil, elevando para R$ 400 a ajuda na pandemia, será possível vencer a eleição do ano que vem.
Em síntese, Gleisi avalia que Bolsonaro vai dar com os burros n’água em 2022. Oremos.
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