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domingo, 24 de outubro de 2021

1% de “comunismo”, Jair?

 


Nosso país, diz o presidente da República, estava a um passo do “comunismo”..

A crer nos dados que publica a Folha hoje, com levantamento do conservadoríssimo Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa -, um comunismo muito interessante, onde a renda dos 70% mais pobres – e pobre no Brasil não é força de expressão – cresceu mero 1% a mais que a média nacional, entre 2003 e 2017, enquanto a dos 30 por cento mais ricos – e rico aqui é rico mesmo – continuou aumentando, mas apenas ficando 0,5% abaixo da média do incremento dos ganhos dos brasileiros em geral.

Os resultados do novo trabalho [um estudo dos pesquisadores Ricardo Paes de Barros, Samir Cury, Samuel Franco e Laura Muller Machado] indicam que todas as fatias da população adulta brasileira —dividida em cem partes iguais, os chamados centésimos da distribuição— situadas abaixo dos 29% mais ricos tiveram crescimento em suas rendas anuais acima da média nacional de 3%, no período analisado.
Já as parcelas da população distribuídas acima desse corte aferiram crescimento médio anual de suas rendas entre 2,4% e 2,9%, inferior, portanto, à média do país. A exceção foram duas fatias próximas ao topo da pirâmide da riqueza do país.

E isso, esclarece a reportagem da Folha, foi a média do período, porque de 2015 para a frente, nem este pífio crescimento a renda dos pobres teve.

O resultado, considerado mais preciso do que anteriores, que usavam como base dados tributários, foi obtido a partir de dados das pesquisas de orçamentos familiares do IBGE.

Mesmo assim, considerando o Brasil desigual que sempre fomos, é um pequeníssimo avanço na distribuição de renda e, também, um tremendo libelo contra as nossas injustiças, sobretudo aquela que faz a elite mesquinha deste país achar que comer, morar, vestir e estudar são um luxo desnecessário para os pobres.

E que isso é “comunismo”, quando nem sequer dignidade chega a ser, mas simples esperança dela.

Aí, quando a miséria grita e a fome explode na catação de lixo, ninguém lembra que, embora auxílios e bolsas sejam justos e necessários, o que faz um país progredir e distribuir renda para valer é desenvolvimento, emprego e renda e não um teto que desmorona sobre a população.

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