Da coluna de João Alberto
Murillo La Greca: Filho dos imigrantes italianos Vincenzo La Greca e Teresa Carlomagno, Vicente Murillo La Greca nasceu em 1898, em Palmares, o mais novo de 12 irmãos. Começou a pintar com 12 anos e aos 17 anos foi para o Rio de Janeiro onde estudou pintura. Em 1919 segue para Roma, onde estudou no Real Instituto de Belas Artes, na Associação Artística Internacional e na Academia do Nu, numa viagem financiada pelo seu irmão mais velho, José La Greca. Voltou para o Rio em 1926, quando conheceu o pintor Cândido Portinari, com quem chegou a dividir apartamento. Na Escola de Belas Artes, onde era professor, apaixonou-se pela aluna Sílvia Decusati. Os dois se casaram e foram morar na Itália.
Voltou ao Recife um mês antes de eclodir a II Guerra Mundial. Seu primeiro trabalho foi pintar os afrescos da Basílica da Penha. Ajudou a fundar a Escola de Belas Artes, onde foi professor. Com trabalho desprestigiado por artistas mais jovens, afastou-se das atividades artísticas e deixou de fazer exposições. Foi nesta época que produziu alguns dos seus trabalhos mais famosos, como a “Primeira Aula de Medicina”, encomendado pela UFPE e os retratos do engenheiro Louis Vauthier e do Conde da Boa Vista para o Teatro de Santa Isabel. Com a morte da esposa seu trabalho diminuiu muito e ele decidiu fundar um museu em homenagem a ela, reunindo suas obras e da esposa que também era pintora. A Prefeitura do Recife tornou realidade seu sonho, abrindo um museu com o nome dele no Parnamirim, um equipamento importante na vida cultural da nossa cidade.
Wellington Virgolino: Nasceu no Recife em 1929, se destacou por criar figuras de olhos grandes, ricas em detalhes e intensamente coloridas. Embora tenha sido batizado “Virgulino”, com “u”, assinava suas telas com “W. Virgolino”, com “o”. Ainda criança despertou o gosto pela pintura. Fazia uso de aquarelas e nanquim para desenhar caricaturas dos seus colegas, dos professores, dos irmãos. No Ginásio Pernambucano, conheceu e tornou-se amigo do pintor Vicente do Rego Monteiro, de quem recebeu importantes conselhos sobre pintura. Também recebeu orientações de Abelardo da Hora, Carybé, Francisco Brennand e Lula Cardoso Ayres. Durante dez anos foi funcionário do escritório da Mala Real Inglesa, no Recife Antigo. Deixou o emprego para se dedicar à pintura, criando seu ateliê em casa, ao lado da esposa Marinete Alves de Souza.
A partir de 1960 Virgolino começou a desenvolver uma técnica própria, depois de outras influências anteriores. No lugar de temas sociais, foi nascendo a partir de 1964, a fase lírica, que se caracterizou com figuras coloridas e de olhos grandes. Torcedor “doente” do Santa Cruz, em várias imagens dos seus quadros aparecem usando a camisa do tricolor. Sua carreira ganhou grande dimensão em 1969, quando tornou-se exclusivo do marchand Carlos Ranulpho, que realizou várias exposições dele no eixo Rio-São Paulo, quando tornou-se conhecido nacionalmente. Uma parceria de 19 anos que durou até a morte do pintor, em 1988. Até hoje, seu estilo é único, não foi imitado. Suas obras permanecem disputadíssimas em vários leilões de arte.
Carlos Pinto: Nasceu em 1953 no Recife e brilha como pintor, ilustrador, compositor e poeta. Autodidata, começou profissionalmente aos 13 anos, trabalhando na Indústria Gráfica Brasileira, onde se aperfeiçoou nas técnicas de litografia, fotolito e aquarela. Foi diretor de arte em importantes agências de publicidade, como a Italo Bianchi e o Gruponove, onde conquistou inúmeros prêmios locais e nacionais. Paralelamente, produziu várias histórias em quadrinhos, outra paixão. Seus quadros hiper-realistas são extremamente bonitos, muitos mostrando belas mulheres.
Durante muitos anos teve parceria com José Ubiracy Silva, ilustrando todas as publicações da EBGE, inclusive várias edições do livro “Sociedade Pernambucana” e de vários Catálogos Indústrias em Pernambuco, São Paulo, Paraná, Salvador, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Realizou várias exposições no Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo e tem telas em vários museus e pinacotecas particulares.
Postado por Madalena França
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