Por: Diario de Pernambuco
Uma criança de nove anos foi assassinada a tiros; menino era filho de liderança do Engenho Roncadorzinho, na Zona da Mata Sul de PE. (Reprodução) |
Uma criança de nove anos foi assassinada a tiros no Engenho Roncadorzinho, município de Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), organização social que fez denúncias sobre o caso, o crime teria acontecido por volta das 21h de ontem (10), quando sete homens encapuzados e armados invadiram a casa do presidente Associação dos Agricultores Familiares do local e atiraram no trabalhador rural, que sobreviveu. Em seguida, os homens teriam atirado no filho do agricultor, que se escondia debaixo da cama com a mãe. A criança não resistiu aos disparos e morreu. De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), o caso segue em investigação até a completa elucidação do ocorrido.
Segundo informações de agricultores da localidade, a casa do presidente da Associação, Geovane da Silva Santos, que é o pai do menino, já foi alvo de outros atentados. A família e a comunidade estão aterrorizadas e em estado de choque.
Segundo informações de agricultores da localidade, a casa do presidente da Associação, Geovane da Silva Santos, que é o pai do menino, já foi alvo de outros atentados. A família e a comunidade estão aterrorizadas e em estado de choque.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE) denunciam que nos últimos anos, a comunidade vem sofrendo ameaças.
“Violências promovidas por empresas que exploram economicamente a área, com intimidações, destruição de lavouras e com contaminação das fontes de água e cacimbas do imóvel por meio da aplicação direcionada e criminosa de agrotóxico de alta toxidade. Os casos de violência contra a comunidade vêm sendo denunciados pela FETAPE e pela CPT há vários meses, sem que medidas efetivas sejam tomadas por parte do Estado para solucionar a tensão e a violência no local”.
“Violências promovidas por empresas que exploram economicamente a área, com intimidações, destruição de lavouras e com contaminação das fontes de água e cacimbas do imóvel por meio da aplicação direcionada e criminosa de agrotóxico de alta toxidade. Os casos de violência contra a comunidade vêm sendo denunciados pela FETAPE e pela CPT há vários meses, sem que medidas efetivas sejam tomadas por parte do Estado para solucionar a tensão e a violência no local”.
Investigações
A Comissão Pastoral e a Federação dos Trabalhadores Rurais estão acompanhando o caso e prestando solidariedade à família e à comunidade. “As organizações sociais cobram com veemência que investigações sejam imediatamente realizadas para apurar a sua eventual relação com o conflito agrário instaurado no local, sendo certo que, independente da motivação, é inadmissível e repugnante a invasão da casa de uma família e o execução cruel de uma criança”, disseram as organizações em nota.
A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia Seccional de Palmares, registrou o caso como uma tentativa de homicídio e um homicídio de uma criança. “De acordo com informações iniciais, homens encapuzados entraram na residência e dispararam contra as vítimas. O pai e o filho foram socorridos no Hospital de Barreiros, mas a criança não resistiu aos ferimentos. Caso segue em investigação até a completa elucidação do ocorrido”, diz a nota da polícia.
A ocupação do Engenho
A Comissão Pastoral e a Federação dos Trabalhadores Rurais estão acompanhando o caso e prestando solidariedade à família e à comunidade. “As organizações sociais cobram com veemência que investigações sejam imediatamente realizadas para apurar a sua eventual relação com o conflito agrário instaurado no local, sendo certo que, independente da motivação, é inadmissível e repugnante a invasão da casa de uma família e o execução cruel de uma criança”, disseram as organizações em nota.
A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia Seccional de Palmares, registrou o caso como uma tentativa de homicídio e um homicídio de uma criança. “De acordo com informações iniciais, homens encapuzados entraram na residência e dispararam contra as vítimas. O pai e o filho foram socorridos no Hospital de Barreiros, mas a criança não resistiu aos ferimentos. Caso segue em investigação até a completa elucidação do ocorrido”, diz a nota da polícia.
A ocupação do Engenho
No Engenho Roncadorzinho, a ocupação das famílias na condição de agricultoras familiares se deu após falência das usinas onde trabalhavam ou eram credoras, mas nunca receberam as devidas indenizações, segundo os agricultores. A comunidade existe há 40 anos e abriga cerca de 400 trabalhadores rurais posseiros, sendo 150 crianças.
O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma "massa falida" sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou. A "massa falida" é o acervo de bens e direitos do falido, compreendendo, assim, o ativo (bens e créditos) e o passivo (débito) do falido, dessa forma ele pode ser administrado e representado pelo administrador judicial.
O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma "massa falida" sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou. A "massa falida" é o acervo de bens e direitos do falido, compreendendo, assim, o ativo (bens e créditos) e o passivo (débito) do falido, dessa forma ele pode ser administrado e representado pelo administrador judicial.
Postado por Madalena França
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