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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Um texto arrepiante sobre a Morte do Pe. Geraldo, por Clécio Dias nos leva a refletir...

 A você Padre Geraldo, nossa Gratidão e Respeito

🙌🙏🌻🌻😢
Entre as cadeiras da Igreja de São Sebastião, em Surubim, um corpo repousa sem vida. Em cima do banco, uma bolsa; do lado do corpo, um frasco de veneno...
Uma carta deixada sinaliza para um suicídio: dramas vividos na relação com os colegas e com a própria paróquia...
O corpo sem vida era de quem possivelmente lhe havia tirado a própria vida. Era o corpo de um padre. O corpo entre as cadeiras, dentro da própria igreja, dizia muito mais que a carta...
Sua morte representou o dilema de quem era feliz por ser padre, mas segundo a carta, não era tratado com dignidade, como queria que fosse...
Aos 77 anos de idade, Padre Geraldo escolheu, para morrer, o local de onde se assiste à missa e não de onde se celebra a missa...
Ele saiu do altar (palco) e foi para as cadeiras (platéia) para dar adeus como se padre não fosse. Ele não optou em se vingar dos outros, agredir quem lhe tratava mal. Ele só decidiu ir embora, em silêncio...
A carta foi apenas um grito sufocado de quem não aguentava mais. O velho padre desceu do altar e foi para o meio das cadeiras, onde tantas pessoas humildes e desesperadas rezam e choram clamando ajuda...
Sua escolha não foi aleatória: ele não quis morrer como um padre de batina, no altar de uma igreja. Ele foi para o lugar onde as pessoas mais simples vão...
O velho Padre Geraldo, aos 77 anos, cheio de experiências e provações, não quis morrer como um padre no "canto" mais alto da Igreja, ele quis morrer no lugar dos simples, dos anônimos...
Sua morte quis nos mostrar que todo padre é um ser humano e que, como um ser humano, deve ser tratado, tanto quem fica no altar como quem ali nunca foi...
Até sua forma de morrer foi um protesto: ele se opôs à visão ultrapassada, preconceituosa e desumana com a qual muitos religiosos tratam os suicidas! Ele nos deixou a mensagem de que, num suicídio, a parcela maior de culpa não é de quem se suicida, mas das pessoas a sua volta, que a ignoram, a desprezam e nunca buscam compreendê-lo...
Texto de Clécio Dias.

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