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sábado, 21 de março de 2015

Cartel agia desde o governo FHC


Do Diario de Pernambuco
Em delação premiada ao Ministério Público, o executivo Augusto Mendonça, da Setal, afirmou que as empresas denunciadas participavam de um “clube” para definir quem ganharia cada licitação. Segundo ele, nas reuniões, havia “uma unicidade de pensamento muito grande”, e o cartel agia desde o fim dos anos 1990 (governo Fernando Henrique Cardoso). Dentro do grupo, existia ainda um “clube VIP”, 
formado pelas empreiteiras mais poderosas e influentes, como Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS, que teriam “poder de persuasão” para lotear a refinaria pernambucana de Abreu e Lima apenas para elas. As companhias suspeitas negam participação no esquema. 

O acordo de leniência inicia o processo para punir grandes empresas com multas bilionárias por formação de cartel. Em maio de 2014, o Cade puniu em R$ 3,1 bilhões o setor de cimento e, desde o ano passado, ainda investiga conluio no mercado de trens. A lei antitruste prevê multas de 0,1% a 20% do faturamento das empresas. Ocorre que, segundo a Polícia Federal, construtoras, como a Odebrecht, a Camargo Corrêa e a OAS, firmaram contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras – o que permitira multas, em tese, de até R$ 11,8 bilhões.

Em depoimento à 13ª Vara Federal de Curitiba, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa disse que um conluio de empreiteiras superfaturava contratos em 3% com o objetivo de financiar propinas para políticos e partidos - ele mencionou PT, PMDB e PP. Depois, o Ministério Público obteve informações sobre políticos do PSDB, indicando inclusive doações de campanha feitas com dinheiro desviado da Petrobras.

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