Procuradoria investiga 52 grandes empresas e fundos
Uol
A Procuradoria da República no Distrito Federal montou uma força-tarefa para apurar suspeita de corrupção em aportes financeiros feitos por entidades e ex-agentes públicos em 52 grandes empresas e fundos de investimentos privados.
O objetivo é descobrir se a liberação dos recursos foi feita em troca de pagamentos de propinas a um mesmo grupo criminoso, cuja atuação foi descoberta em três frentes de investigações – as operações Sépsis, Cui Bono? e Greenfield.
Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seria o elo entre os agentes públicos e os empresários que figuram nos inquéritos das operações. A suspeita é de que o grupo político ligado a Funaro atuava em vários setores da administração pública e próximo das fontes de liberação de dinheiro público. São investigados os crimes de corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência.
Coordenada por Anselmo Cordeiro Lopes, a força-tarefa conta com outros seis procuradores para mapear se investimentos provenientes do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) – cujos recursos são geridos pela Caixa -, da Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco, de fundos de pensão e de instituições previdenciárias municipais e estaduais foram liberados mediante pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos.
“Discurso político? Você calaria se tentam prender sua mulher?”
Ontem, quando postei o discurso de Lula no velório de Marisa Letícia, disse que se daria destaque apenas ao momento em que ele diz que aqueles “que essa maldade com ela tenham a humildade de pedir desculpas”.
A direita, hoje, sem ter onde colocar a cara depois das monstruosidades que estão fazendo – e muitos, ainda, estão fazendo – diz que Lula “politizou” a cerimônia e a usou “contra a lava Jato”, como diz o micróbio moral Ronaldo Caiado, um médico que, diante da lei que desapropriava terras por prática de trabalho escravo ou plantio de droga, dizia que isso não, que se punisse com “pena de morte, fuzilamento, exílio, deportação, trituração”, mas não se tocasse na propriedade. O que seria “trituração”, doutor Caiado, um ato de humanidade?
A cara de pau desta gente parece não ter fim.
Basta por-se no lugar de Lula, com a morte da mulher dentro de circunstâncias em que, por causa da perseguição a ele, foi transformada em ré por tripla “lavagem de dinheiro”, a pedido da tal “Força Tarefa”? E ainda “o envolvimento de Marisa no recebimento de vantagens indevidas mediante ocultação e dissimulação de origem criminosa, se corrobora também por evidências colhidas em investigação envolvendo o mencionado sítio de Atibaia”.
Ou no cínico despacho de Moro, que “lamenta” transformá-la em ré “muito embora haja dúvidas relevantes quanto ao seu envolvimento doloso, especificamente se sabia que os benefícios decorriam de acertos de propina no esquema criminoso da Petrobrás, a sua participação específica nos fatos e a sua contribuição para a aparente ocultação do real proprietário do apartamento é suficiente por ora para justificar o recebimento da denúncia também contra ela e sem prejuízo de melhor reflexão no decorrer do processo”.
Lula disse muito pouco diante do que qualquer um de nós diria numa hora destas.
Limitou-se à “terrível ameaça” de esperar que peçam desculpas.
Ficar calado, isto sim, é que seria um ato inominável, onde o calculismo político se sobreporia ao dever moral de um companheiro de vida.
Esta gente teria gostado se Lula perdesse a cabeça, pela emoção, e descido à agressão verbal.
Talvez porque, no fundo, mesmo muitos deles saibam que a mereceriam.
Como também dito ontem, Lula empurrou os selvagens para a selva.
Que Caiado lhes seja um bom Tarzã, com as devidas desculpas ao selvagem.
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