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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Um país não muda com bruxarias


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Estamos a um ano das incertas – não é exagero dizer- eleições presidenciais.
E, quem sabe, do início do fim de um período de turbulência que, em seus quatro anos de duração, nos levou de um tempo de normalidade e progresso – não grandes, mas o que é possível por aqui – para outro de espantos e desastres.
Talvez, apenas talvez, porque ódio é sentimento mais duradouro que amor, desde sempre, na história humana. E que só pode passar depressa no coração de quem é vítima, porque o do odiador é mau e ressentido.
Não haverá país algum no final do torvelinho em que nos meteram se persistirem nessa loucura de retirar Lula da disputa eleitoral, porque afinal é isso do que se trata e não de triplex, pedalinho ou aluguel.
Como o dono da bola que perde uma partida atrás da outra,, a elite brasileira resolveu “melar” o jogo democrático e o resultado é uma tremenda confusão, onde quem mais tem poder no campo é a PM judicial, com seus cassetetes.
Claro, envergando bem cortados paletós, barbas quase desenhadas a lápis e ares de rapazes pudicos.
O discurso de “livrar o país da corrupção” só serviu para entregá-lo uma quadrilha da mais baixa extração.
Achavam que era apenas temporário, uma “pinguela”, que logo tudo estaria nas mãos do tucanato.
Seus nomes – Alckmin, Doria, Aécio, Serra – foram quase todos para o lixo e mesmo o governador de São Paulo não vai além de 8% nas pesquisas, arriscado a ter de dividir o que sobrar do desastrado Doria com o bolsonarismo.
É possível que, ainda, arranjem outra invenção, para não virarem conscritos nas “tropas” do capitão. Mas todos eles, até o pimpão Rodrigo Maia , terão que lidar com o estigma Michel Temer e quem resiste a esta marca de Caim?
Por tudo, a experiência Collor é muito improvável que se repita.
A história não se inventa. A esperteza, na política, estraga tão rápido quanto o peixe sai da geladeira.
A história é um processo social, soma de sonhos e experiências de uma imensa coletividade, não  basta que o candidato a presidente seja um sujeito muito bom, agradável, até.
Está se desenvolvendo no Brasil uma espécia de “banzo da normalidade”, aquele sentimento de tristeza de nossos irmãos negros arrancados de sua África e postos a sofrer nestas terras.
Lula, a quem julgavam destruído, vai se revelando indestrutível e eleitoralmente invencível.
E um ato de força para tira-lo das eleições vai comprometer qualquer resultado das urnas, se tivermos urnas.

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