O Globo trombeteia que o Brasil vai ganhar cerca de 132 mil milionários (em dólar, o que dá R$ 3,3 milhões de patrimônio) até 2002, segundo estudo do Credit Suisse, levando em conta a “retomada da economia, passando dos atuais 164 mil para 296 mil felizardos.
O leitor mais assíduo talvez se recorde que, há dez dias, publiquei aqui uma nota sobre outro estudo, da consultoria Tendências e base na Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, do IBGE, e dados da Receita Federal que acontece na outra ponta.
4, 1 milhões de família brasileiras ingressaram nas classes D/E, com renda familiar inferior a R$ 2.300 mensais.
São aproximadamente 13 milhões de pessoas que se tornaram pobres e cuja parca renda, certamente, está na origem da fortuna, presente e futura, daqueles milionários.
Em lugar de distribuição de renda, temos concentração.
O próprio jornal o admite:
A desigualdade de renda no país fica clara no relatório: quase metade da riqueza do país (44%) está nas mãos de apenas 1% dos brasileiros. Na avaliação do Credit Suisse, a desigualdade é elevada no Brasil, reflete a desigualdade de renda, que está ligada ao nível desigual de educação da população e à divisão dos setores formal e informal da economia. O país tem 227 mil brasileiros entre os 1% mais ricos do mundo e quase quatro milhões (3,996 milhões) entre os 10% com maior riqueza.
E tanto maior será quanto maior for a “liberdade de mercado”, porque mercado não distribui renda, concentra.
O que distribui renda, direta e indiretamente é imposto, se aplicado sobre quem pode e deve pagar mais.
E aqui, paga mais quem ganha menos.
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